sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A promoção e a defesa da vida


Estamos assistindo aos atentados terroristas na Índia, que já dizimaram mais de cem pessoas e trezentos feridos. Os EUA preparam-se para receber os soldados enviados ao Iraque com a missão de construir o que eles chamam de democracia. A juventude brasileira está cada vez mais imersa na violência e na prostituição. Milhares de pessoas são assassinadas diariamente em todo mundo, vítimas da violência incontrolável. O mundo até parece um calderão efervescente, onde as pessoas matam umas às outras num gesto de desamor à vida. As pessoas vivem assustadas, sentem-se ameaçadas, não dormem e nem têm paz... Até quando aguentaremos esta situação?... O que está acontecendo com os seres humanos?...
São diversos os fatores que levam a humanidade ao caos que estamos assistindo e vivendo. Podemos resumir em uma só palavra toda esta situação: desamor, falta de amor. Na Bíblia diz o Apóstolo João: “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus” (1 Jo 4,16). O homem precisa conhecer a Deus, e este conhecimento não é teórico, mas prático. Conhece-se a Deus por meio do amor, porque Ele é amor. Por isso, quem ama conhece a Deus e nele permanece. E quem permanece em Deus é incapaz de fazer e permanecer no mal. Eis o centro e o sentido da fé cristã: viver o amor. “Ama e faz o que queres”, disse Santo Agostinho. A vocação cristã está alicerçada no amor. Não se pode falar de cristãos e de Cristo sem pensar no amor, porque este é a essência da fé cristã.
O mundo que temos é fruto do desamor. Somente no amor o homem consegue ser feliz. Fora do amor não há felicidade. O grande mal de todos os tempos e mais ainda do tempo presente é o esquecimento de Deus. Cada vez mais, as pessoas estão voltadas para aquilo que é material. O sistema capitalista construído sobre fundamentos materialistas e individualistas está assassinando muitas pessoas. Segundo este sistema que escraviza e aliena, ter a vida é possuir bens. Quem não produz nem possui está excluído e não tem vida. O capitalismo ensina que a vida do homem está no comprar e no vender. Quem se deixa seduzir pela doutrina deste sistema não está em paz, porque jamais se sacia, sempre quer ter mais.
Os bens são necessários à vida. Os homens precisam comer, vestir-se, ter uma casa, viajar, trabalhar, estudar, ter saúde, comunicar-se. São necessidades básicas comuns a todo homem, são direitos inalienáveis. Todo ser vivo precisa do básico para viver. Utilizando-se de sua inteligência e criatividade, o homem inventou as tecnologias. O objetivo é oferecer conforto, segurança e facilitar a vida. Quase tudo se tornou mais fácil. Uma das tecnologias mais eficientes desenvolvidas pelo homem é a rede mundial de computadores (Internet). Por meio desta, consegue saber muitas coisas, viajar e conhecer o mundo em fração de segundos, sem precisar sair do lugar. São muitas as vantagens e comodidades, mas mais inúmeros ainda são os males e as desvantagens. Um dos principais males consiste na grande parcela da humanidade que não tem acesso a estes bens e a estas tecnologias (exclusão). E esta exclusão gera marginalização e morte. É de assustar o fato de o homem avançar tanto em tecnologia e conhecimento e permitir que 925 milhões de pessoas passem fome todos os dias no mundo. A fome se globalizou! Enquanto os milionários investidores das bolsas de valores lutam para não perder seus bilhões de dólares, temos no mundo mais de nove centos milhões de pessoas que não tem o que comer.
A partir desta constatação percebe-se o quanto insensível tornou-se o homem. Para se ter uma idéia, a Microsoft, do empresário Bill Gates, tem um faturamento anual de 44 bilhões de dólares (dado de 2007). O capitalismo faz com que uma só empresa tenha um rendimento de mais de quarenta bilhões de dólares por ano!... Como pode um homem como Bill Gates afirmar que crer em Deus?!... Acreditar seria uma contradição, se for analisar na ótica de Jesus, o pobre de Nazaré. Não quero demonizar o capitalismo com suas tecnologias, mas apenas recordar que temos muita gente na miséria por causa deste sistema impiedoso e assassino.
Deus não criou o homem para a infelicidade. Quando criou o mundo, de nada esqueceu. Entregou ao homem tudo em ordem. “Deus viu tudo o que havia feito e era muito bom” (Gn 1, 31). O homem destruiu e continua destruindo os frutos da bondade de Deus, e além de destruir a natureza está destruindo também a própria vida, que é dom de Deus. A vida está ameaçada. Será que falaremos em extinção humana da face da Terra?... Se o curso da história continuar como está, parece que sim!... Aqui aparece a missão do cristão: promover e defender a vida. Jesus Cristo, enviado ao mundo por amor do mundo e do homem, veio ensinar que a vida deve está em primeiro lugar. Todo poder, toda lei, toda ideologia que for contra a vida deve ser denunciada pelos cristãos, pois o verdadeiro cristão não pode calar-se diante das ameaças à vida. A Igreja deve ser a voz que grita para o mundo e neste grito deve dizer: O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo é Vida e quer a vida do homem. Nós não aceitamos o assassinato da vida do homem e do mundo, porque o Caminho que anunciamos é o caminho da vida e da liberdade.
Tiago França

domingo, 23 de novembro de 2008

Onde estão os profetas?



A presente reflexão busca compreender o sentido desta pergunta e procura respondê-la. Antes, é preciso responder a outra pergunta: o que é um profeta? Houve, há e sempre haverá profetas e profetisas, homens e mulheres escolhidos e enviados por Deus para anunciar a Boa Notícia e denunciar as injustiças que acontecem no mundo. A missão do profeta é anunciar e denunciar. Se não há anúncio nem denúncia, não há profetas. Se fizermos uma leitura do Antigo Testamento da Bíblia veremos que havia os profetas da corte e os profetas do povo de Deus. Foi a partir do profeta Elias que temos esta divisão. Os profetas da corte eram funcionários dos reis. Sua função era legitimar o poder dos reis. Para que o povo obedecesse cegamente aos reis, era necessária uma confirmação divina das decisões, e esta vinha por meio dos profetas. Os profetas eram os homens dos oráculos e da vidência (cf. 1Sm 10,10; 19,20 – 24), gozavam de grandes prestígio e credibilidade junto ao povo. Os profetas de Javé formavam um grupo autônomo e clandestino. Eram respeitados e bem aceitos entre o povo pelos sinais que manifestavam, mas a característica principal deles era sua posição diante do poder dos reis. Eles denunciavam as injustiças praticadas pelo poder real. Logo, eles estavam do lado do povo. Eram homens de oração e de vivência. Homens simples e trabalhadores. Os profetas de Javé eram gente do povo. Eles tinham uma forte intimidade com Deus (experiência de Deus) e viviam a realidade dos pobres (experiência da realidade). Eles apontavam três caminhos para se chegar à conversão: o caminho da justiça, o da solidariedade e o da mística. Eles viviam segundo estas três dimensões. Os profetas da corte que defendiam e legitimavam os crimes dos reis são considerados falsos profetas. No Novo Testamento temos Jesus e os Apóstolos como os profetas de Deus. Jesus é o profeta por excelência, e foi reconhecido como tal (cf. Jo 6,14).
Desde suas origens a Igreja teve profetas e profetisas. A Igreja, fundada sobre os fundamentos dos Apóstolos é chamada a ser boca de Deus no mundo. Logo, como coluna da verdade e da unidade do gênero humano, a Igreja é convidada a anunciar Jesus, que é a Boa Notícia, e a denunciar os crimes praticados na humanidade. Está é sua missão profética. Todo aquele que aceita seguir Jesus e é batizado em seu nome é profeta, do contrário, não é cristão. Não é possível separar o ser cristão do ser profeta, pois ser cristão é ser profeta na Igreja e na sociedade. No filme Dom Hélder Câmara, o santo rebelde, diz Leonardo Boff: “O profeta é o homem da palavra e dos gestos. Não pode ter amor ao próprio pescoço”. Esta verdade resume o sentido da vocação profética. Tomando o próprio Dom Hélder como profeta veremos que ele era um homem da palavra e da ação, pois denunciou no Brasil e no mundo, os horrores da ditadura militar (1964 – 1985). Quando ameaçado de morte dizia: “Eu não tenho medo da morte. Estou nas mãos de Deus”. Escutando Dom Hélder Câmara percebe-se que o profeta confia incondicionalmente em Deus. Ele entrega-se nas mãos de Deus e confia na sua Palavra. O profeta é o homem que escuta Deus e convida a humanidade a voltar-se para Deus. É aquele que restabelece e renova a Aliança entre Deus e os homens quebrada pelo pecado. A Ir. Doroth Stang é outro grande exemplo. Abraçou o martírio por amor ao Reino de Deus. O testemunho deste santos e santas jamais podem ser esquecidos, pois já dizia o grande teólogo Tertuliano: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Observando a Igreja atual parece que está havendo uma crise de profetas. Os cristãos, em sua grande maioria, estão caindo na tentação de salvar a própria vida. Esqueceram da palavra do Mestre que disse: “Quem procurar salvar a própria vida vai perdê-la e quem perde a sua vida por causa de mim vai salvá-la” (cf. Mt 10,39). Os cristãos estão se dando demais às orações e shows religiosos. Nosso Senhor não nos pediu isso. O que ele pediu foi a continuidade da construção do Reino de Deus, baseado no amor e na justiça. A grande maioria dos “seguidores de Jesus” se recusa a trabalhar com suor e sangue pelo Reino porque se trata de um caminho estreito, difícil. O cristianismo midiático e festivo é mais fácil, mas este não tem nada que ver com o Evangelho de Jesus. O seguimento de Jesus não está na satisfação dos desejos, mas compromisso evangélico com a realidade gritante deste mundo em crise de humanidade.

Tiago de França da Silva

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Reza, Maria (poema)


Suam no trabalho as curvadas bestas
E não são bestas
São homens, Maria!

Corre-se a pontapés os cães na fome de ossos
E não são cães
São seres humanos, Maria!

Feras matam velhos, mulheres e crianças
E não são feras, são homens
E os velhos, as mulheres e as crianças
São os nossos pais
Nossas irmãs e nossos filhos, Maria!

Crias morrem à mingua de pão
Vermes na rua estendem a mão à caridade
E nem crias, nem vermes são
Mas aleijados meninos sem casas, Maria!

Do ódio e da guerra dos homens
Das mães e das filhas violadas
Das crianças mortas de anemia
E de todos os que apodrecem nos calabouços
Cresce no mundo o girassol da esperança

Ah! Maria,
Põe as mãos e reza
Pelos homens todos
E negros de toda parte
Põe as mãos
E reza, Maria!

(José Craveirinha, Moçambique - África)

domingo, 16 de novembro de 2008

Irmã Dorothy Stang, uma prova de amor pela vida


Todas as vezes que escuto falar do martírio da Irmã Dorothy Stang fico revoltado e ao mesmo tempo feliz. Revoltado porque o latifúndio parece um câncer incurável em nosso país. A situação é tão visível e a justiça brasileira parece não enxergar nada, funciona lentamente e absolve por unanimidade àqueles que são os verdadeiros culpados pelos crimes. São pouquíssimos os criminosos que são julgados e condenados por crimes ambientais neste país. No caso da Irmã Dorothy, os condenados foram os executores do crime, não os mandantes, que são os responsáveis pelo crime. Quem manda matar é que deve ser preso, porque uma vez absolvido encontrará outros pistoleiros para mandar matar outros profetas e profetisas que vivem denunciando tantas injustiças sociais e ambientais. A falta de justiça provoca revolta na população e a revolta destrói a paz. Isto explica o fato de o Brasil ser um país tão violento. Onde não há justiça, não há paz; porque a paz é fruto da justiça. A impunidade é um dos grandes problemas sociais do Brasil. Ela alimenta o ódio e a vingança dos homens que só pensam em destruir a natureza e contribuir com o fim da democracia brasileira. A impunidade afeta diretamente os direitos humanos, porque é um atentado à dignidade da natureza e da pessoa humana. Por outro lado, na morte da Irmã Dorothy encontramos a vida da natureza defendida por ela. É na morte que a vida nasce. É com a morte dos profetas e profetisas que a Igreja encontra forças para continuar na luta pelos direitos humanos. A morte da Irmã Dorothy reforça cada vez mais o espírito dos homens e mulheres de boa vontade, que com coragem e ousadia profética doam sua vida pela preservação da Terra, nossa Casa comum, e na luta dos direitos dos mais pobres e excluídos, que já não têm mais força nem voz para lutar. Se os criminosos e mandantes pensaram que matando a Irmã Dorothy acabariam com a luta pela vida da floresta, enganaram-se profundamente. Eles pensam dessa forma porque desconhecem a história dos mártires da Igreja ao longo dos séculos. Toda a Igreja necessita estudar, aprofundar, rezar e contemplar a vida e o testemunho dos mártires, porque a Igreja foi fundada sobre o sangue dos primeiros cristãos. A Igreja só existe por causa do sangue dos primeiros cristãos, que corajosamente enfrentaram o poder dos reis e imperadores em nome de Jesus e de seu Reino de amor e de justiça. Não valorizar o testemunho dos mártires é esquecer as origens da Igreja e trair o projeto original e fundacional. O mártir é aquele que dá testemunho da verdade e morre por ela. Sendo Jesus a verdade, todo mártir morre por Jesus e quem morre por ele tem a vida eterna. Por isso, com toda a certeza de nossa fé, a Irmã Dorothy faz parte da grande multidão que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro (cf. Apocalipse 7,14). Que que seu testemunho nos encoraje cada vez mais a sermos cristãos coerentes, fiéis observantes do mandamento de Jesus que é o AMOR.

Tiago de França

sábado, 15 de novembro de 2008

"Deixai toda esperança, ó vós que entrais" - Dante


São noites de silêncio
Vozes que clamam num espaço infinito
Um silêncio do homem e um silêncio de Deus.
Talvez seja esta a vonz humana de nosso tempo.
Quem o entende?
Como se faz entender?
E quando fala, o que diz?
Senhor, vivestes esta hora junto ao vosso pai amado.
Para que buscastes esta forma de vida?
Por que orastes? Por acaso não sois vós Deus?
Que pedias? Por que não disseste aos teus amigos
teus encontros em noites escuras e de trevas?
Afastado num monte, belo, simples como toda beleza
tu pediste ao teu Pai, a tua paz, o teu sentido
Da tua missão,
Da tua paixão,
Da tua solidão.
Algumas vezes, quando te encontro te vejo só. Incompreendido.
Também abandonado.
Meu pai, meu pai, por que me abandonaste?
Senhor, será que teu Pai te abandonou?
Quanto a mim, estou só. Num mundo; não sei qual mundo.
Talvez da incerteza, mas também da Esperança:
de um dia ver-te face a face.
Como gostaria de ver
e de perguntar apenas:
O que queres de mim?
Por acaso, não me chamaste à vida?
E por que me abandonas?
ou será que meus ouvidos
já estão surdos à tua voz?
Vozes do silêncio,
Vozes das dores,
Voz de um sofrimento mesclado com tua maneira
de ser diante de mim.
Qual é a palavra de teu silêncio?
O meu, tu bem sabes...
Nem mesmo compreendido.
Não retires de mim teu Espírito
Nem se afaste de minha face.
Mas que eu te veja!
Mostrai-me teu rosto, para que seja um acalanto
Um canto de minar da criança que se entrega
inteira
Aos teus braços de consolo e de paz.

Frei Tito de Alencar, OP.
L'Arbresle, 1973 ou 74

sábado, 1 de novembro de 2008

Morte e vida


A morte continua sendo um mistério na vida do homem. É a única certeza que há no destino humano. Ninguém escapa da morte. Todos, ricos e pobres, têm o mesmo destino: a morte. Neste sentido todos são iguais. O dia de finados é a data que faz lembrar que todos são pó da terra. A morte nem é entendida nem aceita entre os humanos dotados de razão (capacidade de pescrutar o sentido das coisas). A morte parece não ter sentido, pois simplesmente põe um fim na existência material do homem. Jesus deu um sentido para a morte. Se lermos o Evangelho de Jesus veremos que ele teve medo da morte e quis livrar-se dela. Ele tinha poder para isso, como Filho de Deus, mas optou por fazer a vontade de Deus. E a vontade de Deus era que ele fizesse novas todas as coisas por meio de seu sangue derramado na cruz. A morte de cruz era um dos piores, talvez o pior tipo de morte de seu tempo. Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz (Fl 2,8). O mistério é muito grande e insondável. Jesus, Filho de Deus, consubstancial ao Pai, morre na cruz. Sendo consubstancial ao Pai ele é Deus e sendo Deus morreu na cruz. Como entender isso? Só Deus sabe. A razão é limitada para explicar tal acontecimento histórico. É importante crer que nem o Filho de Deus escapou da morte. A grande Boa Notícia é que no terceiro dia JESUS RESSUSCITOU dentre os mortos. Esta é a mensagem central do Cristianismo, pois como diz o Apóstolo São Paulo, se Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé (1 Cor 15,14). A Ressurreição é vitória de Jesus diante da morte: O Cristo venceu a morte. Logo, a morte deixa de ser a última sentença, a última palavra sobre a vida humana. Ela dar um fim no corpo material, que também no último dia será ressuscitado, conforme as Escrituras. Acreditar na Ressurreição de Jesus é crer que a vida não tem fim. A morte é apenas um ponte que leva o ser humano a viver uma outra vida, que é eterna e boa. Eterna porque a morte não existirá mais, e boa porque consiste na contemplação de Deus, a plena visão, novo céu e nova terra, a plenitude do Reino de Deus. É um mistério revelado em Jesus, que se vive no amor e na justiça. A liturgia da Igreja neste Dia de Finados convida cada cristão à vigilância. Jesus voltará. ninguém sabe o dia nem a hora. Sabe-se que voltará. É preciso vigiar sem cessar... Vigiar significa colocar-se a serviço do Deus da vida que liberta o homem do poder da morte. São muitas as forças de morte atuando no mundo. O cristão espera Jesus combatendo estas forças e construindo o Reino de Deus. Quem esperar Jesus de braços cruzados, sem nada fazer pelo bem comum, vivendo isolado no seu mundo egoísta e mesquinho, não terá olhos para ver o Redentor da humanidade e nem terá parte com ele. Enquanto há vida no corpo e no cosmos o homem precisa agir por meio do amor, pois o amor é a força que renova todas as coisas. Jesus salvou a humanidade por meio do amor. Deus enviou Jesus ao mundo porque amou muito o mundo (Jo 3,16). Nada está perdido, porque Deus tudo pode e acolhe a todos, pois enviou seu Filho unigênito para a salvalção de todos. A missão de Jesus foi de salvar o que estava perdido (Mt 18,11). Vejamos o que diz o documento Sacrossanctum Concilium no n.5 a respeito da missão salvadora de Jesus Cristo: "Deus, que «quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (I Tim. 2,4), «tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos aos nossos pais pelos profetas» (Hebr. 1,1), quando chegou a plenitude dos tempos, enviou o Seu Filho, Verbo feito carne, ungido pelo Espírito Santo, a evangelizar os pobres, curar os contritos de coração, como ,médico da carne e do espírito, mediador entre Deus e os homens. A sua humanidade foi, na unidade da pessoa do Verbo, o instrumento da nossa salvação. Por isso, em Cristo «se realizou plenamente a nossa reconciliação e se nos deu a plenitude do culto divino". Esta é a garantia que temos de que Jesus é verdadeiramente nosso Salvador. A missão da Igreja é anunciar este Jesus ao mundo, o Cristo evangelizador dos pobres que trouxe vida para todos. Façamos a memória dos mortos na certeza que eles nos anteciparam no Reino de Deus.