segunda-feira, 6 de abril de 2009

Irmã Dulce, Venerável


A caridade com os pobres fez parte da vida de muitos homens e mulheres, que optando por seguir Jesus neste mundo, transformaram a realidade e ficaram na memória da Igreja e da sociedade. Jesus ensinou que o amor para com os mais pobres e oprimidos é a marca que confere à pessoa o nome de cristão. Somente é cristã aquela pessoa que se identifica e vive o projeto de Jesus, que se traduz no amor incondicional com os pobres e excluídos da sociedade.

A Irmã Dulce, que ficou conhecida como o “Anjo bom da Bahia”, é uma dessas pessoas que se encontrou com Jesus presente nos sofredores e dele não quis mais se separar. Nasceu no dia 26 de maio de 1914 em Salvador – BA. Faleceu na mesma cidade em 13 de março de 1992. Desde pequena demonstrou amor para com os sofredores, acolhendo-os em sua casa; herança que recebeu de seu pai, homem caridoso que amparava os desamparados e jogados da cidade. Em 1934 tornou-se freira da Congregação das Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Exerceu várias funções nas obras da Congregação e nas que fundou: enfermeira, porteira, professora, sacristã, responsável pelo raio X no hospital, superiora, etc.

A Irmã Dulce exerceu fielmente o mandamento ensinado por Jesus. Fundou escolas, albergues, hospital, etc. Visitava os presos e recolhia crianças, jovens, adultos e idosos jogados nas ruas, becos e praças de Salvador. Viveu 77 anos de luta incansável pela promoção da dignidade da pessoa humana. Era muito venerada pela Igreja, por políticos, artistas, intelectuais, e pelos pobres – seus irmãos. O que chamava a atenção das pessoas em Irmã Dulce eram a sua capacidade, inteligência, força e coragem de amar e servir os pobres, apesar de sua saúde fragilizada. Não media esforços para ir ao encontro daqueles que estavam em situação de risco.

Finalmente, o Vaticano reconheceu por meio de um decreto a vida de virtude heróica da serva de Deus, Irmã Dulce. Na sexta-feira, dia 3, o Papa Bento XVI assinou um decreto que permite a Irmã Dulce ser chamada de “Venerável Dulce”. O processo de beatificação e canonização segue na Congregação para a Causa dos Santos, órgão do Vaticano responsável em estudar e confirmar aquelas pessoas que morrem com fama de santidade. Não que tal órgão a tornará santa, mas apenas reconhecerá sua santidade, vivida intensamente entre os pobres de Salvador.

A memória dos santos e santas nos ajuda a recordar o convite de Jesus: “Amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34). O amor é o caminho que nos leva à verdadeira felicidade e transforma o nosso mundo em uma realidade mais humana e melhor de se viver. A Irmã Dulce mostrou que isto é possível e que Deus se revela àqueles que o amam nas pessoas dos excluídos de nossa sociedade. Que seu exemplo nos motive a sermos pessoas mais humanas, mais fraternas e mais caridosas.

Venerável Dulce, que contemplaste Jesus nos pobres sofredores, intercede por nós junto a Cristo, Servo Sofredor!

Amém!

Tiago de França

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