sábado, 18 de abril de 2009

Quem é Jesus?


Esta reflexão é dedicada aos jovens, que são convidados a pensar sobre a vida e o Evangelho de Jesus e acolhê-los em suas vidas. A pretensão não é responder à indagação que constitui o tema desta reflexão, mas convidar o jovem a responder por si mesmo, segundo sua fé e sua experiência de vida.

Muitas coisas podem ser ditas a respeito de Jesus. São várias as publicações de teólogos e estudiosos a respeito da vida e da pessoa de Jesus. Há muitas verdades sobre Jesus, mas também muitas mentiras. Acredito que a fonte mais segura sobre Jesus é seu próprio Evangelho. O Espírito prometido por Jesus e enviado pelo Pai também revela-nos Jesus hoje. O mesmo Espírito que guiou Jesus na missão é que também nos revela quem realmente é Jesus de Nazaré. A partir do Evangelho irei fazer algumas afirmações e tecer alguns comentários a respeito de Jesus, mas antes, quero dizer que para conhecer verdadeiramente Jesus é preciso deixar-se conduzir pelo Espírito que leva-nos ao encontro com ele, o missionário do Pai e nosso irmão maior.

Jesus era pobre. É uma verdade muito simples, mas muito significativa. Por que será que Jesus não nasceu no contexto de uma família rica do Império Romano? É algo a se pensar. Enviado pelo Pai, Jesus nasceu, viveu e morreu pobre. Jesus não fez uma opção pelos pobres, mas era um homem pobre. O que nos ensina a pobreza material de Jesus? O fato de Jesus ser pobre, quer dizer que ele era despojado, desprovido de bens. O Evangelho diz que ele não tinha onde reclinar a cabeça. Jesus não tinha e nem tem nada a oferecer a ninguém, a não ser seu amor. Todas as pessoas ricas que Jesus encontrou em seu caminho convidou-as a se converterem. E a conversão delas passou pelo despojamento dos bens. Jesus sabia muito bem que a riqueza é um empecilho para o cumprimento da vontade de Deus, que nos chama a sermos livres.

Jesus viveu o amor e a justiça. Jesus amou os seus até o fim, ensina-nos o Evangelho. Amar até o fim é prova de fidelidade. Jesus foi fiel a Deus Pai quando viveu o mandamento do amor. O maior e mais fiel testemunho vivo de amor ao próximo é o de Jesus. Ninguém neste mundo amou com tanta perfeição. Jesus amou os pecadores e os convidou à conversão. Ele não obrigou ninguém a nada, mas na liberdade ensinou-nos a viver o amor. A vivência do amor deve ser uma decisão da pessoa, mas todos devem saber que o amor é uma exigência evangélica do seguimento de Jesus. Sem o amor não há Evangelho nem seguimento de Jesus. Sem o amor não há justiça nem vida no homem e no mundo. O amor é que nos salva e nos liberta.

Jesus inaugurou o Reino. A centralidade da mensagem de Jesus está no amor que constrói o Reino de Deus. Quem não crer que Jesus inaugurou o Reino, crer simplesmente que Jesus veio a este mundo para nos purificar dos pecados e nos libertar das opressões espirituais. Há pessoas que não fazem uma experiência de Deus, experiência ligada à vida comum, mas simplesmente rezam para Jesus. Jesus nunca pediu que as pessoas ficassem rezando para ele, pedindo incessantemente sua ajuda. Também não estou afirmando que isto seja errado. O que Jesus pediu foi: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”, “Sigam-me!” Se amarmos e seguirmos Jesus, então estamos salvos! É simples, mas não é tão fácil. O projeto de Jesus é a vida do mundo e quem professa a fé cristã tem por missão defender e promover a vida por meio do amor e da justiça no mundo. Quem fugir do mundo estará fugindo do Reino de Deus.

“Acreditar em Jesus é colocar-se em seu caminho e perseverar”, ensina-nos o teólogo belga José Comblin. A santidade da vida está na vivência do amor e da justiça. O que nos santifica não é nossa prática religiosa na Igreja, mas a vivência do amor de Deus. Viver a caridade com o próximo é a condição fundamental para a participação no Reino de Deus. Só segue Jesus quem estiver disposto a viver a caridade, do contrário, não há seguimento, mas aparência e mentira.

Tiago França

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