quinta-feira, 16 de abril de 2009

Se com ele morremos, com ele viveremos


"Lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi, ressuscitado dentre os mortos, segundo meu evangelho. Merece fé esta palavra: se com ele morremos, com ele viveremos" (2Tm 2,8.11).

Lembrar de Jesus ressuscitado. São tantas a dores, sofrimentos e preocupações do cotidiano, que o cristão termina esquecendo que está participando da paixão de Jesus na vida. Esquecer de Jesus é um perigo, porque assim o perdemos como referência. Lembrar de Jesus é estar com ele onde ele estiver. Participar de sua sorte.

Participar da sorte de Jesus é segui-lo de perto, sem medo do caminho. Jesus esvaziou-se a si mesmo para fazer a vontade de seu Pai. Para participar da sorte de Jesus o cristão precisa imitá-lo neste esvaziamento de si. Esvaziamento é um processo lento e doloroso. Lento porque doloroso, doloroso porque lento.

A ressurreição de Jesus é a nossa ressurreição, mas antes precisamos passar pelo "Gólgota", o lugar da caveira. É uma experiência de morte. Para viver, o cristão precisa morrer. Muitas coisas podem morrer em nós para que possamos ressuscitar com Jesus. O desamor precisa passar pela morte, pois a falta de amor é o maior obstáculo à ressurreição. Jesus amou tanto que ressuscitou para continuar amando.

É no amor que participamos da morte e da ressurreição de Jesus. Quem ama, morre e ressuscita aos poucos. O amor é capaz de transformar o corpo e o espírito humano numa nova realidade, num homem e numa mulher nova. A novidade do amor está na libertação do desamor. Quando passamos a amar, mesmo sem querer, despojamo-nos do homem velho. Tornamo-nos novas criaturas! O amor recria e revitaliza todas as coisas.

E este amor não é uma relação homem e Deus, mas homem e homem, porque Deus está no homem. Quando ollhamos para o céu e perguntamos: "Senhor, onde estás?" Ele responde ao coração: "Eu estou em ti e no teu próximo". É tudo muito simples, não há mistério. Amar a Deus é tão simples, que é um mistério! Quando começamos a pensar distante, enquadrando Deus em fórmulas e abstrações, Ele foge de nossa compreensão.

Ele se revela nas pequenas e nas simples coisas da vida do mundo. O amor é aquilo de mais simples há no ser humano, e é por isso que ele se chama Amor. O evangelho diz que DEUS É AMOR justamente para podermos compreender a Deus amando-nos uns aos outros. Só quem ama é quem pode conhecer e experimentar a Deus. Fora do amor não há salvação, não há felicidade e nem há vida no mundo e na eternidade. Diante das forças de morte que se manifestam no mundo atual, precisamos insistir na experiência do amor.

Tiago França

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