sábado, 20 de junho de 2009

A crise do Senado da República


A crise do Senado Federal é de fazer vergonha a qualquer brasileiro! A cada dia se descobrem mais irregularidades. A mais recente denúncia refere-se aos “atos secretos”, que permitem realizar nomeações sem que sejam publicadas nos boletins oficiais, ou seja, pura corrupção! Interessante como ninguém sabe explicar o que está acontecendo e os senadores não fazem outra coisa senão implantar CPIs para “apurar” seus próprios desvios de conduta. Revoltante foi o discurso do Presidente do Senado, José Sarney (PMDB – AP), colocando-se como a vítima da situação e tentando se mostrar um político honesto na história deste país. Quem quiser conhecer a família Sarney convido a permanecer alguns dias no Estado do Maranhão, escutando o povo pobre falar da administração desta família há décadas. Mais uma denúncia, desta vez contra a filha de José Sarney, Roseana Sarney, Governadora do Estado do Maranhão, que tem um mordomo a seu serviço sendo pago pelo Senado Federal, o mesmo ganha, com gratificações, em torno de 12 mil reais. A mulher governa o Estado, tem seu bom salário, e ainda tem um mordomo pago pelo Senado Federal! Se a denúncia proceder, ele será, no mínimo, demitido e ela continuará no exercício de seu mandato, sem sofrer nenhuma penalidade. Como entender uma coisa dessas?...

O Brasil precisa de uma reforma política urgente. A questão que se impõe é: Quem vai fazer esta reforma? Se forem senadores como o Presidente do Senado e a maioria corrupta do Congresso Nacional, não teremos reforma, mas homens brincando com o poder, dando a impressão de que estão trabalhando para mudar a situação. Se a reforma política não passar pela participação popular, tudo vai continuar do mesmo jeito e rios de dinheiro continuarão sendo desviados dos cofres do povo. Creio que a reforma política deve passar pelo voto secreto no dia das eleições. O eleitor deve prestar bastante atenção no que está acontecendo, construir um juízo de valor, e acabar com essa raça mentirosa e corrupta no dia das eleições. O poder popular no regime democrático está na participação. Se os brasileiros participassem das decisões políticas e do destino nacional, estes falsos políticos não durariam muito tempo. Infelizmente, a falácia que impera no meio popular é: “Futebol, religião e política não se discutem”. É não discutindo o que se passa, que políticos corruptos se aposentam no exercício do mandato, como foi o caso de Antônio Carlos Magalhães, oligarca falecido da Bahia.

O que mais me preocupa é que a grande maioria dos jovens de nosso país não está preocupada com a situação política do país, mal reclamam. São poucos os que procuram se informar, sendo que são justamente os jovens que mais sofrem com as péssimas conseqüências das ações dos políticos corruptos. É preciso acordar para uma nova consciência. Não podemos assistir passivamente tal situação. É verdade que ainda temos políticos honestos, que levam a sério a função pública em favor da verdadeira cidadania, como foi o caso do senador Jefferson Peres (PDT – AM, falecido). Temos grandes nomes como o senador Cristovam Buarque (PDT – DF), a senadora Marina Silva (PT – AC) e tantos outros. É preciso que elejamos pessoas que tenham história, que tenha passado político e acima de tudo, idoneidade política. O candidato precisa ter vocação para a “coisa pública”, não pode ser qualquer pessoa. O caráter, a ética, a responsabilidade, a seriedade, a transparência, a moral, etc. são valores da pessoa que lida com o que é do povo.

Um senhor, em um coletivo aqui de Fortaleza, dizia em tom forte para todos escutarem: “O homem só nasce uma vez e tem que ter vergonha na cara”. Os políticos corruptos de nosso país precisam urgentemente saber disso! Ter vergonha na cara significa ser responsável por aquilo que faz, ser honesto e coerente diante da vida, do contrário, não vale a pena viver neste mundo.


Tiago de França

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