quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ler é filosofar


Diante de um livro, de um jornal, de uma revista, de um encarte ou anúncio, o homem aprende, lendo, que a vida fala de si mesma. Quando leio, de repente viajo sem, fisicamente, sair do lugar. A leitura me informa, me questiona e me diz sobre o ser da coisa. Por meio dela, tudo se torna dito e o dito fala o desconhecido, que se revela ao leitor.

Como é bom ler! É uma arte inteligente, atividade de poucos. São poucos, os inteligentes? É preciso continuar lendo para saber. O ato de ler me diz que quem ler:
- sabe mais,
- enxerga melhor,
- pensa mais,
- se expressa bem porque tem vocabulário,
- se posiciona diante da vida com argumentações lógicas oriundas da reflexão.

A leitura é ferramenta necessária no processo de evolução do ser humano. Ela ajuda até na saúde mental, pois ler é uma atitude que exige concentração e intelecção, ou seja, entendimento do que se ler. E o mais curioso da leitura é que, quando lemos, comprometemo-nos direta ou indiretamente com aquilo que lemos. É uma forma segura de fica sabendo. O saber é a certeza e/ou conseqüência do ato de ler. A melhor leitura é aquela que nos instiga a continuar lendo.

A leitura, finalmente, leva-nos a pensar na vida, pois todo conteúdo aponta-nos uma realidade e toda realidade instiga-nos à compreensão. O humano é um ser que gosta de entender as coisas, que necessita compreender. É uma questão de necessidade existencial.

Lendo o que se diz dos brasileiros, é de se lamentar o fato vergonhoso de que o povo brasileiro não ser habituado à leitura. Um povo que não ler a própria história é um povo sem memória e, consequentemente, fácil de ser manipulado. Uma das atividades mais detestadas por nossas crianças e jovens é a leitura. Infelizmente, estas mesmas crianças e jovens serão os adultos de amanhã. Se competência e honestidade dependem de conteúdo, pode-se afirmar que o futuro do Brasil deve ser motivo de preocupação. Os profissionais de hoje foram os estudantes de ontem e os profissionais de amanhã são os estudantes de hoje. E estes, gostam de ler?

A realidade brasileira em matéria de educação e leitura clama por políticas públicas e projetos de incentivo à leitura. Baratear o valor do livro também seria uma maneira eficiente de se incentivar.


Tiago de França

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