sexta-feira, 4 de junho de 2010
Eucaristia
Pão do discípulo
Alimento para a caminhada
Presença viva de Jesus, o missionário do Pai.
Ânimo para os desanimados
Mesa dos famintos e injustiçados
Lugar de todos.
Jesus
Meu Irmão e amigo
Que te escondes simples e humildemente nas sagradas espécies
Socorre-me em minha fraqueza.
No encontro eucarístico
Ensina-me insistentemente que minha fraqueza
É cair na tentação de querer subir a montanha
E construir as três tendas.
Oh, meu dileto Irmão!
Não permitas que eu caia na terrível tentação
De somente te reconhecer na hóstia
Em detrimento do rosto da vida dos meus e teus irmãos.
Amado amigo
Eu bem sei que já descobristes
Que há séculos construíram mesas para te celebrar
Mesa seleta, cálice e patena de ouro.
O ouro da honra e da finura
O ouro do luxo e da riqueza
O ouro alcançado pelas mãos
Ungidas e dos anéis principescos.
E Tu, como ficas?
Tu que nasceste na pobreza da manjedoura
Desamparado e sem lugar
Para reclinar a cabeça?...
De quem é a culpa, Jesus?
Quem é o culpado pela institucionalização de teu gesto?
Ritos:
Palavras, gesticulações e orações.
Quando me ungirem e me instituírem pastor
Terei a divina alegria
De te oferecer sacramentalmente
Nas sagradas espécies.
Rogo-te, meu amado amigo
A fim de que quando chegar a hora
A hora da imposição que transforma
O pão e o vinho no teu Corpo e no Sangue.
Concede-nos
À tua Igreja e a mim seu indigno membro
A graça de partilhar para TODOS
O Pão que liberta da escravidão e da morte.
Do contrário,
Terei que me perguntar
Assim como às constituídas autoridades:
- A quem obedecer, a Deus ou aos homens?
Se a Deus
A mesa e a refeição são de TODOS
Se aos homens
Continuará de ALGUNS.
Todos? Alguns?
Mas não é a mesma coisa?
Não!
Todos está para a multidão, alguns para os seletos.
Para os que escutam o Evangelho da Liberdade
E acreditam no Pobre de Nazaré, a mesa é de todos.
Para os observantes da lei do puro e do impuro, do digno e do indigno,
A mesa é de alguns.
Converte-me, Jesus
Ao Evangelho da Liberdade
E que eu creia de coração
Naquele que é tudo em todos.
Amém.
Tiago de França
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