sábado, 11 de janeiro de 2014

O batismo dos cristãos

“Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado” (Mt 3, 17).

            A festa do batismo de Jesus é uma excelente oportunidade para cada pessoa batizada pensar no sentido do batismo. O que significa ser batizado em nome da Trindade? Quais as consequências deste batismo na vida do mundo e da Igreja? Jesus foi batizado por João para que se cumprisse a justiça. O Espírito de Deus manifestou-se em Jesus e nele permaneceu. O Pai revelou ao mundo quem é Jesus: seu Filho amado, no qual colocou o seu agrado. Jesus é o Filho amado e querido de Deus.

            Para não cairmos na tentação de sermos cristãos somente de nome, sem a vivência do testemunho evangélico, devemos assumir as promessas do batismo que recebemos. Crer em Deus, renunciar ao mal e prometer obediência ao Pai das misericórdias é colocar-se no caminho de Jesus e nele perseverar.

No caminho de Jesus pratica-se a justiça do Reino de Deus sem a qual não há caminho. O caminho de Jesus é um caminho de justiça. O cristão é a pessoa que, uma vez batizada em nome do Deus uno e trino, está ungida para praticar a justiça. Esta justiça se vive em sintonia com a vontade de Deus. Portanto, justa é a pessoa que procura viver segundo a vontade de Deus.

            O que fazer para viver segundo a vontade de Deus? É necessário abrir a mente e o coração para receber o Espírito de Deus. Somente na força deste Espírito é possível observar a vontade divina. Todo batizado recebe o Espírito e ungido por Ele é capaz de entender que é filho de Deus. Em Cristo e no Espírito, o Pai nos converte em seus filhos e filhas. É graças ao Filho e ao Espírito que também nós podemos chamar a Deus de Pai e participarmos de sua vida. Eis a graça sublime que o batismo nos confere: a de sermos participantes da vida divina. O que isto significa?

            Significa permanecer unido a Deus. A pessoa que vive em plena sintonia com Deus é capaz de manifestar a Deus para a vida do mundo, pois é por meio dos que creem que Deus se faz presente na realidade. Para que esta união não se transforme em uma espécie de fé intimista e/ou posse egoísta de Deus é necessário afirmar que Deus é essencialmente Comunidade e isto significa que somente na vida comunitária, ou seja, na comunhão com o próximo é que experimentamos a presença amorosa de Deus. Nossa comunhão com o próximo revela o ser de Deus, pois sua misericórdia se manifesta na comunhão.

            O amor é comunhão. Na comunidade dos que creem e seguem Jesus o amor é a lei da vida. Onde há exclusão de pessoas não há amor nem comunhão, mas aparência de amor e falsidade. O amor inclui, organiza, realiza e preenche as pessoas, formando a comunidade. As pessoas batizadas são testemunhas do amor e nele encontram a felicidade que procuram.

O amor de Deus nos revela que somos seus filhos amados no Cristo Jesus e nos ensina a partilharmos este amor com o próximo. A humanização do mundo e da Igreja depende de autênticos cristãos. Estes compreendem que o batismo que receberam os faz pessoas justas, amorosas e acolhedoras, compassivas e compreensivas, pacientes, firmes e perseverantes na fé, no amor e na esperança; do contrário, não passam de cristãos somente de nome.


Tiago de França

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