Não sou nem pretendo ser
um especialista em futebol, mas como brasileiro quero opinar a respeito da
derrota de 7 a 1 contra a Alemanha. Os comentaristas e o próprio técnico
opinaram a respeito, do ponto de vista técnico. A partida de futebol e a Copa
em si deixam algumas lições. Discorrer sobre elas faz bem para não fugirmos da
realidade. A fuga da realidade é um perigo, pois faz surgir violentamente
ilusões e mentiras de toda ordem.
A seleção brasileira precisa aprender mais do que nunca o
seguinte: participam do mundial as melhores seleções do mundo. Uma melhor que
outra. Cada jogador precisa ter a consciência de que foi escolhido para
representar o país no mundial. Precisa também tomar consciência de que pertence
a um grupo seleto, um grupo de escolhidos. Não basta ter espírito de equipe,
ter determinação e vocação para o futebol. Tudo isto é certamente importante,
sem dúvida alguma, mas como em toda profissão, o futebol é uma arte que exige
competência.
Particularmente, duvido muito do sentimento de alguns dos
jogadores. Muitos se aproveitaram do fato de terem sido convocados para a
seleção brasileira para ganharem fama internacional, assegurando, assim, a possibilidade
de continuarem jogando nos grandes clubes europeus, ganhando fortunas em
dinheiro. Neste sentido, podemos afirmar sem sombra de dúvidas: muitos não
levaram a sério a participação nas partidas. A goleada da Alemanha sobre o
Brasil não foi nenhuma novidade. Era um resultado esperado. A seleção vinha se
arrastando desde a partida que sucedeu a vitória contra a Croácia.
Não adiantou o esforço, a dedicação, as escolhas e os
estímulos por parte do técnico Felipão. Todo técnico tem seu projeto de futebol
e sua maneira de trabalhar. No passado, o Felipão teve êxito, mas o grupo era
outro. Cada escolha feita é um risco que precisa ser assumido. Todo profissional
passa por isso: nem toda escolha é exitosa. A vida não é puro acerto e/ou
exatidão. Aliás, nada na vida acontece conforme os planos humanos. A vida não é
linha reta, mas acontece em meio aos avanços e retrocessos, acertos e
desacertos, anseios e frustrações. Aprender com os retrocessos e desacertos é
uma virtude e as pessoas precisam ter e tem o direito de poderem refazer sua
caminhada.
Quem falou que a Presidenta Dilma comprou a Copa 2014,
mentiu horrivelmente. Certamente, há quem já esteja falando que ela não
comprou, mas vendeu. Não quero aqui falar a respeito de absurdos desta ordem,
pois não estamos escrevendo a respeito da relação entre a Copa e as Eleições
deste ano. Talvez iremos discorrer em outro artigo. Se a Copa deveria ter sido
feita ou não, se houve excesso de gastos e desvios de verbas públicas nas
construções dos estádios ou não, são assuntos certamente oportunos, mas para
outra reflexão.
Fica, portanto, a lição fundamental: em matéria de
futebol, assim como nas demais modalidades esportivas, sai vitoriosa aquela
pessoa ou grupo que apresentou melhor desempenho. Para isto, é preciso ter
determinação e competência. Neste ano, não foi a vez da seleção brasileira. Faltou
mais qualidade do que paixão. Agora, resta aos brasileiros manterem o mesmo
ritmo: colaborar para que a Copa termine pacificamente como começou e permanece
até o momento. Enxergar e aceitar o presente são atitudes essenciais para a
construção do futuro.
E agora, José? Agora é contentar-se com um possível 3º
lugar na competição. Posteriormente, recomeçar o cotidiano da vida, cheia de
lutas e desafios. Outubro espera por todos e exige de todos a participação no
maior e mais importante protesto popular: as eleições. Foi somente uma derrota
em uma partida, a vida segue e reclama por paixão, competência, honestidade,
transparência, dedicação e muito amor. E não nos esqueçamos de algo que
continua intrigando nossos adversários no mundo futebolístico: continuamos
sendo o único país do mundo com cinco títulos mundiais no futebol. Neste ano,
mesmo a Alemanha, se vencer, não nos acompanhará!
Viva o Brasil,
viva o povo brasileiro!
Tiago de França
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