São 18h07min, do dia 18
de março de 2016. O povo que apoia o Governo Dilma e a continuidade das
investigações que combatem a corrupção está indo às ruas. A cobertura que a
senhora Globo está fazendo não é tão entusiasmada como foi a cobertura que fez
das manifestações da oposição, mas para não sair queimada, mais do que já se
encontra, então resolveram fazer a cobertura.
Há pouco mais de duas
horas, mais um juiz desembargador resolveu agir, derrubando a liminar da juíza
do Rio de Janeiro, que suspendeu os efeitos da posse do ex-Presidente Lula como
Ministro de Estado. Certamente, daqui para amanhã vai aparecer outra decisão
judicial, questionando os efeitos dessa temida posse. E, assim, o Judiciário
vai se expondo ao ridículo: Um juiz suspende, outro derruba a suspensão.
Simultaneamente, em São
Paulo, um vereador do PSDB, Andrea Matarazzo, pediu desfiliação do partido. Motivo?
Aquilo que a gente já está cansado de saber: Corrupção! Segundo o vereador, nas
prévias do partido para a escolha de nome para concorrer à prefeitura de São
Paulo, houve compra de votos, transporte de eleitores, constrangimento de
pessoas e uso de máquina pública. Os psdebistas acusam o PT de ser um partido
corrupto, e a realidade mostra que eles não são muito diferentes. Este foi um
pequeno evento. Isso me fez recordar a palavra de Jesus que diz que o mal por
si só se destrói. Aguardemos.
Outro pronunciamento que
não pode passar despercebido é a manifestação do comandante do Exército
Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, que lamentou o clamor dos
oposicionistas por intervenção militar. Vejamos suas palavras: "Eu acho
lamentável que, num país democrático como o Brasil, as pessoas só encontrem nas
Forças Armadas uma possibilidade de solução da crise, mas isto não é extensivo
nem generalizado e, felizmente, está diminuindo bastante a demanda por
intervenção militar", declarou durante um simpósio jurídico realizando no
Comando Militar da Amazônia. Isso mostra o tamanho da ignorância de muitos que
constituem a oposição ao governo.
Por fim, precisamos ainda
não deixar passar outro absurdo ocorrido no dia de ontem, dia 17/03: O deputado
Eduardo Cunha, RÉU NA OPERAÇÃO LAVA JATO, reiniciou os trabalhos para acelerar
a cassação da Presidenta da República. Um réu, devidamente processado no
Supremo Tribunal Federal, querendo investigar a chefe do Poder Executivo.
Curiosamente, os juízes federais e os ministros das Cortes Superiores não veem
problema nisso. Também os manifestantes da oposição, em sua grande maioria,
acham que o importante é cassar a Dilma, mesmo que tal cassação seja efetivada
por gente corrupta. Eles dizem que não há nenhuma contradição nisso! Interessante,
não?! 8 dos 65 deputados que formam a comissão que vai analisar o pedido de
cassação SÃO RÉUS em processos no Supremo Tribunal Federal. Imaginem que o
deputado Paulo Maluf (PP-SP), um dos políticos mais corruptos do país, que o
Judiciário não dar conta de jogar na cadeia, é um dos membros da comissão que
vai avaliar a cassação presidencial! Isso mesmo. Ele é um dos corruptos da
comissão. Quanto a isso, não vemos manifestações contrárias por parte da
oposição.
Este balanço do dia
mostra o tamanho da crise na qual estamos mergulhados. Mesmo assim, há quem
pensa que quando o governo do PT cair, estaremos voltando ao paraíso: Tudo se
resolverá! A economia voltará ao normal, o país voltará a crescer; acabará a
corrupção porque, segundo dizem, ela é sinônimo de PT. Os oposicionistas não
gritam contra a corrupção, salvo exceções. A maioria só sabe dizer "Fora
PT! Fora Lula! Fora Dilma!" Visivelmente, percebe-se que não estão
preocupados em combater a corrupção, mas querem eliminar Dilma, Lula e o PT do
cenário político, para entregar o governo ao Michel Temer, ao Eduardo Cunha e
ao Aécio Neves, com seus aliados. Dizem que estes últimos são a solução para a
crise brasileira. Tomara que isto não ocorra, mas se ocorrer, aí, sim, os
brasileiros vão sentir na carne o que é uma crise econômica, e de corrupção não
se falará mais porque cessarão as investigações, com a substituição imediata do
ministro da justiça, do procurador geral da república e da chefia da Polícia
Federal. Aí eu quero ver qual é o juiz federal que vai se meter com o governo
federal. Voltaremos à era FHC.
Tiago de França
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