sexta-feira, 18 de março de 2016

Detalhes do golpe em marcha

São 18h07min, do dia 18 de março de 2016. O povo que apoia o Governo Dilma e a continuidade das investigações que combatem a corrupção está indo às ruas. A cobertura que a senhora Globo está fazendo não é tão entusiasmada como foi a cobertura que fez das manifestações da oposição, mas para não sair queimada, mais do que já se encontra, então resolveram fazer a cobertura.

Há pouco mais de duas horas, mais um juiz desembargador resolveu agir, derrubando a liminar da juíza do Rio de Janeiro, que suspendeu os efeitos da posse do ex-Presidente Lula como Ministro de Estado. Certamente, daqui para amanhã vai aparecer outra decisão judicial, questionando os efeitos dessa temida posse. E, assim, o Judiciário vai se expondo ao ridículo: Um juiz suspende, outro derruba a suspensão.

Simultaneamente, em São Paulo, um vereador do PSDB, Andrea Matarazzo, pediu desfiliação do partido. Motivo? Aquilo que a gente já está cansado de saber: Corrupção! Segundo o vereador, nas prévias do partido para a escolha de nome para concorrer à prefeitura de São Paulo, houve compra de votos, transporte de eleitores, constrangimento de pessoas e uso de máquina pública. Os psdebistas acusam o PT de ser um partido corrupto, e a realidade mostra que eles não são muito diferentes. Este foi um pequeno evento. Isso me fez recordar a palavra de Jesus que diz que o mal por si só se destrói. Aguardemos.

Outro pronunciamento que não pode passar despercebido é a manifestação do comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, que lamentou o clamor dos oposicionistas por intervenção militar. Vejamos suas palavras: "Eu acho lamentável que, num país democrático como o Brasil, as pessoas só encontrem nas Forças Armadas uma possibilidade de solução da crise, mas isto não é extensivo nem generalizado e, felizmente, está diminuindo bastante a demanda por intervenção militar", declarou durante um simpósio jurídico realizando no Comando Militar da Amazônia. Isso mostra o tamanho da ignorância de muitos que constituem a oposição ao governo.

Por fim, precisamos ainda não deixar passar outro absurdo ocorrido no dia de ontem, dia 17/03: O deputado Eduardo Cunha, RÉU NA OPERAÇÃO LAVA JATO, reiniciou os trabalhos para acelerar a cassação da Presidenta da República. Um réu, devidamente processado no Supremo Tribunal Federal, querendo investigar a chefe do Poder Executivo. Curiosamente, os juízes federais e os ministros das Cortes Superiores não veem problema nisso. Também os manifestantes da oposição, em sua grande maioria, acham que o importante é cassar a Dilma, mesmo que tal cassação seja efetivada por gente corrupta. Eles dizem que não há nenhuma contradição nisso! Interessante, não?! 8 dos 65 deputados que formam a comissão que vai analisar o pedido de cassação SÃO RÉUS em processos no Supremo Tribunal Federal. Imaginem que o deputado Paulo Maluf (PP-SP), um dos políticos mais corruptos do país, que o Judiciário não dar conta de jogar na cadeia, é um dos membros da comissão que vai avaliar a cassação presidencial! Isso mesmo. Ele é um dos corruptos da comissão. Quanto a isso, não vemos manifestações contrárias por parte da oposição.


Este balanço do dia mostra o tamanho da crise na qual estamos mergulhados. Mesmo assim, há quem pensa que quando o governo do PT cair, estaremos voltando ao paraíso: Tudo se resolverá! A economia voltará ao normal, o país voltará a crescer; acabará a corrupção porque, segundo dizem, ela é sinônimo de PT. Os oposicionistas não gritam contra a corrupção, salvo exceções. A maioria só sabe dizer "Fora PT! Fora Lula! Fora Dilma!" Visivelmente, percebe-se que não estão preocupados em combater a corrupção, mas querem eliminar Dilma, Lula e o PT do cenário político, para entregar o governo ao Michel Temer, ao Eduardo Cunha e ao Aécio Neves, com seus aliados. Dizem que estes últimos são a solução para a crise brasileira. Tomara que isto não ocorra, mas se ocorrer, aí, sim, os brasileiros vão sentir na carne o que é uma crise econômica, e de corrupção não se falará mais porque cessarão as investigações, com a substituição imediata do ministro da justiça, do procurador geral da república e da chefia da Polícia Federal. Aí eu quero ver qual é o juiz federal que vai se meter com o governo federal. Voltaremos à era FHC.

Tiago de França

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