Como era esperado, o ministro Gilmar Mendes já entrou em ação:
Declarou que não vê obstrução da justiça na fala do senador corrupto, Romero
Jucá, ex-ministro do Planejamento do governo Temer. A fala do ministro é um tanto reveladora.
Entre outras coisas, disse o ministro Gilmar Mendes:
"Não vi
isso [obstrução]. A não ser, uma certa impropriedade em relação à referência ao
Supremo. Sempre vem essa história: já falei com os juízes e coisa do tipo. Mas
é uma conversa entre pessoas que tem alguma convivência e estão fazendo análise
do cenário numa posição não muito confortável".
Gilmar Mendes reduz o pacto intencional de Romero Jucá e seus
amigos para "conter a sangria" a uma "certa impropriedade".
E se as mesmas palavras das gravações fossem do ex-Presidente Lula, seria
impropriedade? Aí o Gilmar Mendes diria que, certamente, se trataria de crime
de obstrução da justiça.
Em seguida, afirma também que o Supremo está agindo com total
imparcialidade, seriedade e tranquilidade. Essas qualidades, que cabem a um
autêntico Tribunal, estão para o ideal, não para o real. O tratamento que ele
dispensa ao intocável Aécio Neves é imparcial?... Claro que não!
Esta declaração de Gilmar Mendes no que se refere à situação do
Romero Jucá sinaliza três coisas: 1) Que o Romero Jucá fique tranquilo, pois se
depender da maioria dos membros do Supremo, não será punido; 2) Que ele, Gilmar
Mendes, representa o posicionamento da maioria dos ministros da Corte quanto
aos mencionados suspeitos e 3) Que o povo fique tranquilo, pois está "tudo
em ordem"; o golpe seguirá, e assunto encerrado.
Tiago de França
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