sábado, 7 de maio de 2016

Onde está a felicidade?... Pensamentos (II)

As pessoas querem ser felizes, e este querer é um desejo bom. O equívoco está na procura pela felicidade. Geralmente, procuram em lugares nos quais não pode ser encontrada. É assim porque a felicidade não está fora das pessoas nem dentro delas. Então, onde está a felicidade?...

Certa vez, li num pequeno livro a seguinte afirmação: "Somos felicidade!" Há alguns anos tenho meditado esta afirmação. Procurei conhecer a biografia do autor da afirmação, e tendo escutado suas palavras à luz do seu testemunho, percebi que ele era feliz. Interessante que a afirmação é simples, parece não apresentar novidade alguma. O que ela quer dizer?...

Quer dizer que a felicidade, não estando fora da pessoa, não pode ser encontrada naquilo que o dinheiro, o poder e o prestígio podem oferecer. Estas coisas oferecem prazer momentâneo e, também, muito sofrimento. Não podemos encontrar a felicidade em outra pessoa, por mais amável que seja. A felicidade não está em nossas projeções para o futuro, em nossos anseios por uma vida bem sucedida. Nada neste mundo confere felicidade às pessoas, mas apenas momentos de prazer. Momentos são frações curtas de tempo, pequenos espaços, que passam...

Somos felicidade! Isto significa que, para sermos felizes, não precisamos de absolutamente nada. O amor já está em nós. Na linguagem cristã, fomos criados à imagem e semelhança do Amor. Somos completos. Quem vive esperando por alguém para ser feliz, morrerá infeliz. Ninguém faz o outro feliz. Esta é uma ilusão que criaram e que leva muita gente ao sofrimento. Somos amor que transborda para fora, na direção do outro. Mas este outro não é a nossa felicidade. 

Todas as pessoas precisam se descobrir no amor, precisam reconhecer-se enquanto puro amor. Quem não encontrar-se e reconhecer-se como tal, morrerá infeliz. Não é mero sentimento, sentir-se bem. Sentir-se bem é coisa de momento. Trata-se de reconhecer aquilo que realmente somos: puro amor. Quais os sinais indicativos que nos garantem que chegamos a este autoconhecimento de si mesmo? Paz, serenidade, compaixão, amabilidade, senso de justiça, perdão, aceitação de si mesmo, encontro consigo mesmo e com o outro, solidariedade, comunhão com o universo... Estas e outras realidades constituem a pessoa livre e feliz.

Quem ainda sente falta, vivendo na escravidão dos apegos, ainda não descobriu que é amor. O amor nos liberta de todas as coisas, inclusive de nós mesmos, de nossas falsas pretensões. Revela-nos quem realmente somos e nos faz conhecer a vida. O amor concede-nos o dom da visão e do despertar. Quem está acordado, livre das ilusões? Aquele que descobriu que é felicidade, que é amor. Leveza, pureza e liberdade: amor. Ser feliz é descobrir-se enquanto amor.

Tiago de França


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