Hoje, dia das mães, acordei pensando naqueles filhos que já não tem suas mães. O dia será marcado pela saudade. Trata-se de uma perda enorme na vida daqueles que realmente reconhecem o valor de suas mães no contexto familiar. É um dos inúmeros tipos de perda. Como lidar com as perdas? Eis uma questão inquietante que merece a nossa atenção.
As perdas fazem parte da vida. Por isso, é necessário aceitar esta realidade. Aprende-se a lidar com as perdas quem as aceita com amor, sem revoltas. Estas não trazem de volta o que foi perdido. Pessoas revoltadas por causa de suas perdas são amargas e embrutecidas. Estão travadas para continuar a luta da vida. Eis, portanto, o primeiro remédio, que é dos mais valiosos: a aceitação.
Outro remédio precioso é o desapego. Desapegar-se daquilo que foi perdido. Por mais difícil que seja, o que foi perdido se foi, não existe mais. Ao perder o ente querido, sabemos que ele não mais voltará para o meio de nossa convivência. Então, é necessário deixar ir... Quem foi embora precisa ir... Não pode ficar. O mesmo se pode falar dos casamentos, noivados, namoros, amizades, enfim, todos os relacionamentos desfeitos e que não apresentam chances de retorno: Os que decidiram partir, precisam ir... Quem tomou essa decisão tem esse direito.
Para que tais perdas não se transformem em traumas e/ou em situações semelhantes, é necessário cultivar o olhar para o presente. Todas as perdas passam, e tudo que passa fica para trás. Aquilo que ficou para trás não nos serve mais. A vida não acontece no passado. Estamos no presente, e o que nos pode ajudar está no aqui e agora. Tomar consciência de que o passado é formado por um conjunto de coisas, fatos, pessoas e ideias que não existem mais é algo extremamente libertador. Quem vive preso ao passado não está no presente; portanto, não vive a vida, passa por ela, desperdiçando-a.
Quem assim proceder, verá que as perdas, por mais difíceis que forem, somente provocarão dor. O sofrimento somente vai aparecer se não soubermos lidar com a dor da perda. O sofrimento é opcional, a dor não.
Tiago de França
Nenhum comentário:
Postar um comentário