“Nunca
deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem” (Renato
Russo).
No entardecer do dia, entre
o dia e a noite, me pus a pensar no significado de algumas afirmações da letra
da música “Mais uma vez”, de Renato Russo. Escutava de longe, de olho no
horizonte, vendo o sol cair. A letra é atual e provocante. Vale a pena pensar.
A música quer falar de esperança contra o desespero da vida moderna.
Ela fala de um sol que
certamente voltará amanhã. Sol é luz, é clarão, é calor, é afetividade. Tudo
isso é o que deve permanecer. Não nascemos para a escuridão, não nascemos para
endoidecer. Somos sãos...
Ela fala que tem gente que
está do nosso lado, que se faz de companheiro, de amigo, de amante. Na verdade,
essa gente deveria está do lado de lá. Do lado da distância, do esquecimento.
Há uma oposição em nós e próxima a nós. Oposição que puxa para baixo, que
corroi, que mata aos poucos...
Ela fala de pessoas que nos
machucam, que não sabem amar, que nos enganam. Estas pessoas, na verdade, se
machucam, não se amam, tentam enganar a si mesmas. Essa gente não se converte,
mas insiste no dedo na ferida, preferem a longa e fria noite, querem as
sombras...
Apesar disso, diz a música: “Mas
eu sei que um dia a gente aprende!” De fato, a gente demora para aprender. Por
mais que não queiramos, a gente tem que aprender. Mesmo que não admitamos, que
nos escusemos, que nos arrebentemos... Um dia sempre vez o insignt! De repente, a gente se liberta! Mas, mesmo assim, há os
que caem e não se levantam...
Afinal, em quem confiar? Por
que confiar depois de expulsos do calor pulsante das batidas do coração? Como
confiar em quem não sabe amar? Qual o sentido em confiar após juras de amor
diluídas no vapor das lembranças? Por que devo confiar quando me atiram no meio
da testa os horrores da covardia? “Confie em si mesmo!”...
É preciso crer, apesar dos
pesares da vida. Há sempre algo bom esperando por nós em algum lugar. A vida
está em movimento. Tudo transcende, tudo passa, tudo pode ser superado: os
defeitos, o jeito, o peito, a falta, a desilusão, o eu inflamado, a
impaciência, os arroubos, a morte...
Quem acredita, SEMPRE
ALCANÇA!
Tiago
de França
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