domingo, 21 de setembro de 2008

Trabalhar na vinha do Senhor


O texto do Evangelho deste 25º Domingo do Tempo Comum é Mt 20,1 - 16. Trata-se da parábola do patrão que chamou trabalhadores para a sua vinha. É um texto rico em detalhes, que merece uma profunda reflexão, mas aqui irei destacar somente alguns verbos de ação que revelam o sentido original do texto. Um deles é o verbo CHAMAR. O patrão chamou trabalhadores para trabalhar. Este patrão é Deus. A vinha pode ser o mundo e a Igreja. Sendo o mundo, o Senhor chama cada pessoa humana a trabalhar pelo bem comum de todos. Como habitantes de passagem deste mundo, os homens são chamados por Deus para trabalhar, contribuir para a construção de um mundo melhor. Cada ser humano deve contribuir para um outro mundo possível: sem violência, sem fome, sem desamor... A Igreja está no mundo, e nela cada batizado é chamado a ser membro ativo. Trabalhar na vinha do Senhor é praticar a fé na dimensão do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Como instrumento da verdade e da vida no mundo, a Igreja Povo de Deus é chamada a ser sinal de libertação do mundo presente. Esta libertação só acontece através do amor grauito de Deus semeado nos corações dos homens. Tendo o amor de Deus, o homem é capaz de amar o próximo sem limites fazendo com que surjam novo céu e nova terra. A parábola fala dos "primeiros" e dos "últimos". Na pedagogia do amor de Deus acontece a inversão daquilo que pensamos, ou seja, quem chegou cinco da manhã irá receber o mesmo valor de quem chegou às cinco horas da tarde; quem se afirma ser o primeiro, irá ser recebido por último. Quem são os primeiros de nossa sociedade e de nossa Igreja? São aquelas pessoas que se julgam melhores e mais santas que às outras; são os considerados "justos" de nossa sociedade; os que assumem cargos e encargos importantes; são as pessoas aplaudidas e tidas como figuras respeitáveis da sociedade civil e eclesiástica. Estes primeiros serão os últimos... E quem são os últimos de nossa sociedade e Igreja? São todos os excluídos e esquecidos da sociedade; aqueles que são considerados "descartáveis", que tiram a beleza das praças públicas, que são chutados e chamados de "vagabundos" por aqueles que se acham trabalhadores; são os que não praticam a religião, que não recebem os sacramentos, os que são considerados "perdidos" por muitos que pensam que têm fé; entre tantos outros maltratados pelo sistema neoliberal. Estes últimos serão os primeiros no Reino de Deus. Agora, cada um deve olhar para si e perguntar-se: Quem sou eu? O que revelam minhas atitudes?...

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