terça-feira, 30 de junho de 2009

O que ficou do Ano Paulino?


De 28 de junho de 2008 a 28 de junho de 2009, a Igreja celebrou o Ano Paulino. Todas as comunidades foram convidadas a refletir sobre a vida e a obra de São Paulo, Apóstolo. Este grande missionário de Jesus ensina que a Igreja é chamada a ser discípula e missionária de Jesus Cristo no mundo. Os escritos paulinos nos recordam o caminho de Jesus. Depois de sua conversão, Saulo de Tarso, que outrora perseguia os discípulos do Caminho, torna-se um entre os caminheiros.

Paulo não encontrou Jesus no Templo de Jerusalém nem numa sinagoga dos judeus. Não encontrou Jesus na lei nem na corte imperial, mas o encontrou no caminho de Damasco. O caminho é o lugar de Jesus. Este sempre se identificou com o caminho. Ele próprio declarou-se ser o Caminho que leva a Deus. O jeito de ser e os escritos de Paulo formam o seu legado e a espiritualidade missionária vivida por ele deve motivar e ensinar a Igreja a também ser missionária.

O que ficou do Ano Paulino estabelecido pelo Papa? O que aprendemos de São Paulo? São questões que precisam ser pensadas. Acredito que a Igreja precisa repensar a missão. A Igreja precisa continuar seu processo de evangelização. Rever acertos e desencontros é fundamental para evangelizarmos melhor. O mundo atual exige mais inserção por parte da Igreja. Esta não pode ficar alheia diante dos problemas do mundo pós-moderno. A mensagem paulina exorta-nos para a missão e se não correspondermos à missão não estaremos vivenciando o carisma essencial da Igreja, que é evangelizar. A Igreja nasceu para evangelizar, pois foi isto que Jesus pediu. Agora, como evangelizar? Para sermos fiéis ao mandato missionário de Jesus precisamos olhar para o testemunho do missionário Jesus, Filho de Deus e nosso Irmão maior, e também de São Paulo, que soube tão bem imitar Jesus.

Paulo ensina-nos a sermos missionários livres no meio do mundo. Obedientes aos apelos do Espírito nos deslocamos e vamos ao encontro de quem precisa conhecer e seguir Jesus. Trata-se de viver a experiência da missão e levar outras pessoas a fazer o mesmo. Para sermos verdadeiramente missionários, precisamos deixar nossas acomodações e partirmos. Quem parte sempre deixa algo para trás. E só é missionário quem tem a coragem de partir. Quem não tem, pensa que é missionário no mundo isolado e cômodo, mas é pura ilusão. A pedagogia de Jesus é muito interessante. Por que ele fala de caminho? Porque quem caminha não tem como acumular nada nem se apegar a nada. O verdadeiro missionário não acumula riquezas e nem se apega às pessoas. Isso não significa que o missionário não gosta das pessoas e não as amem, muito pelo contrário, ele ama tanto a comunidade e a sua missão, que terá que partir para viver a experiência do amor com outras pessoas, novas e diferentes pessoas. Um missionário apaixonado pela missão é um homem feliz!

A felicidade do missionário está no encontro com Jesus nas pessoas e nas comunidades por onde passa. Ele é um homem sempre rejuvenescido porque a riqueza de cultura e de fé do povo de Deus o transforma, tornando-o experiente e aberto às novidades do Espírito. A missão é ida, encontro, renúncia, despojamento, emoções, celebração, caminho, itinerância, amor, vida, fé, alegria no Espírito de Deus.


Tiago de França

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