terça-feira, 16 de junho de 2009

Resultados da Campanha da Fraternidade 2009


O Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB (Consep) começou ontem, dia 15, na sede da CNBB, em Brasil, a reunião de avaliação da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano, que teve como tema “Fraternidade e Segurança Pública”. Segundo a própria CNBB, somente 17% das dioceses participaram da avaliação respondendo aos questionários enviados às mesmas e aos regionais. Isso significa que 83% das dioceses não responderam ao questionário. Precisamos pensar sobre isto.

Quando a Igreja se propõe a realizar uma Campanha, ela precisa avaliar os resultados. Sem esta avaliação não sabemos se os objetivos foram alcançados. Sem avaliação da caminhada, a Igreja pode repetir os mesmos erros na ação missionária. O número de dioceses que não responderam ao questionário é muito grande. Exigir que os leigos correspondam aos anseios da Campanha e as dioceses não sentam para avaliar, é totalmente contraditório. A avaliação metodológica é uma necessidade na vida da Igreja, pois a avaliação torna o trabalho mais eficiente. Não vejo sentido em lançar uma campanha e depois esquecê-la no texto-base. É verdade que algumas dioceses, principalmente aquelas que responderam ao questionário, mostraram-se muito comprometidas com a Campanha e os sinais de transformação foram visíveis.

Outro equívoco que ocorre todos os anos com a CF é que quando termina o Tempo Quaresmal e se celebra a Páscoa, a CF já fica esquecida. Não se fala mais em CF, como se a problemática abordada já tivesse sido resolvida. Estamos em 2009, mas já estão escrevendo o texto-base da CF de 2011 sem uma avaliação precisa da CF deste ano. Isto tem que ser revisto, porque do contrário, a CF vai perder sua visibilidade na Igreja e no país. Temos que chamar a atenção para o compromisso permanente com as temáticas abordadas. O tema da CF deste ano é muito rico e atual, pois a violência bate às nossas portas. Toda CF é uma oportunidade de os cristãos, principalmente os católicos, de viverem os valores evangélicos que professam pela fé.

Toda e qualquer campanha visa resultados. Se estes não são alcançados, frustrada é a campanha. Graças a Deus e à mobilização de muitos cristãos autênticos, a CF tem incomodado um pouco os executores dos crimes que a mesma denuncia e tem levado muita gente a uma reflexão crítica da realidade. A CF visa a realidade. É esta que nos interessa e o método ver-julgar-agir deixa bem claro isso. Avaliar o AGIR é muito importante para continuarmos acertando na ação. A realidade clama por justiça e precisamos escutar os apelos de quem sofre e agirmos da melhor maneira possível, pois quem sofre tem pressa e não pode esperar.


Tiago de França

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