quarta-feira, 3 de junho de 2009

Voo 447 da Air France


Estive pensando no acidente ocorrido com o avião da companhia aérea Air France com destino a Paris ocorrido nestes dias. Apesar de não ser parente das vítimas nem de seus familiares, como ser humano sinto-me triste diante da morte de tantas vidas. Fiquei pensando nos sonhos, projetos, planejamentos, alegrias, expectativas de futuro vividas por aqueles tripulantes. Tudo terminou tragicamente no maior acidente da história da Air France. Tudo foi inesperado, jamais se pensava que iria acontecer, dada a tecnologia da aeronave e as perfeitas condições da mesma, segundo o que está dizendo a mídia, que está ganhando muito com tal situação. A turbulência é a causa da tragédia. A região por onde passou o avião é perigosa e este desapareceu justamente no momento em que perdeu o contato com a torre de comando. As buscas haverão de desvendar aquilo que é mistério até o momento.

A morte inesperada de muitas pessoas de uma vez só revolta muita gente. Algumas se perguntam: “Onde está Deus que não impede tais desgraças?” Penso que, ao nascermos e habitarmos neste mundo estamos sujeitos a tudo quanto o mundo oferecer. Estamos sujeitos ao que é bom e ao que é ruim. O mal existe e somos autores ou vítimas do mesmo. Sem sombra de dúvidas, o avião é um dos bens mais úteis criados pela inteligência humana, e como o próprio ser humano, frágil e limitado, toda produção humana é frágil e limitada. Somos vítimas de nossas limitações. Tudo no homem material é limitado, passível de erro e de morte.

Pensei também na situação espiritual das vítimas e das famílias. As vítimas morreram repentinamente. Penso que não passava na cabeça de nenhum dos tripulantes a morte repentina. Deve ser horrível morrer sem estar preparado. A morte exige preparação. Estar preparado para a morte é importante. A morte transmite-nos a idéia de finitude da vida. Somos humanamente finitos. Um acidente como esse convida-nos a pensar na finitude de nossa vida. Uma vez sujeitos a morte, a qual ninguém escapa, precisamos repensar a vida: O que estamos fazendo de nossa vida? Como estamos espiritualmente? E se a morte nos pegasse de surpresa, como estaríamos?... Os tripulantes viajaram para a eternidade... O que nos espera depois de nossa morte? Numa concepção cristã de fé, crentes de que seremos salvos, ainda podemos pensar: Eu aceito a verdade de que preciso morrer para entrar na vida?...

Aos parentes das vítimas, aqueles providos de fé restam confiar à misericórdia divina todos os que morreram. E a nós, que continuamos a história, somos convidados a pensar e repensar nossa vida e crermos que o sentido de nossa vida está em Deus, pois “a vida é um sonho, um véu de fumaça, que de repente passa e a gente não vê”...


Tiago de França

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