quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tempestade - esperança


Senhor, por todo lado a tempestade se levanta
São ondas altas, fortes e poderosas
Parecem um dique se rachando
E as águas derrubando a vida da gente.

E o orgulho do mar quebrando a nossa cara:
Parece incrível a força do mal
Quando se aposta para demolir, derrubar, esmigalhar
A semente, a flor, a casa, o ideal, o sonho, a esperança.

Nós gritamos, Senhor, dentro da tempestade
Falamos alto a nossa dor, a decepção do destino cortado
E pareceu inútil o nosso clamor
Abafado pelo comodismo dos oportunistas,
Pela prudência dos “inteligentes”
Pela omissão dos covardes.

Você estava dormindo, descansado, no colo de seu Pai.
Mas a tua Palavra se levantou, como na criação,
Como na Páscoa da Ressurreição
E falou alto ao vento, ao mar, à tempestade
E uma leve brisa suave e mansa
Transformou a vida do povo na esperança:
Foi silêncio, tranqüilidade, alegria, bonança.

As ondas do mar se quebraram na praia
E o barco da vida foi cortando as águas
Chegando logo ao porto seguro
Do teu coração feito espaço.
De uma nova criação – liberta
Onde a semente, a flor, a casa, o ideal, o sonho
Voltou a ser utopia, a ser esperança.


Poema do amigo Pe. Vicente Zambello, missionário Fidei donum, da Diocese de Veneza, Itália, em 25/ 06/ 2000, de seu livro Acolhendo a vida – confissões e poemas de um missionário, Ed. Idéia, João Pessoa, 2001, p. 75.

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