terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Arruda, Kassab e a crise do DEM


De maneira mais explícita, agora é a vez do DEM, o antigo PFL. Agora fica mais que confirmado que corrupção política na atual conjuntura é coisa de governo e oposição. Ninguém tem autoridade para criticar ninguém, pois uns pecam antes e os demais, posteriormente. Em pleno ano eleitoral, uma das maiores autoridades políticas do Distrito Federal, onde estão estabelecidas as maiores instâncias do poder Judiciário, é pega em flagrante. Não se trata de acusações sem provas, mas de filmagens comprometedoras não de fantasmas, mas de homens que foram eleitos pelo povo para administrar o que é do povo.

A grande maioria dos casos semelhantes e passados, a senhora Justiça resolveu absolver, como é praxe acontecer no Brasil. Isto é tão verdade que políticos corruptos roubam em pleno ano eleitoral e ainda ousam negar, afirmando ser tudo mentira e calúnia eleitoral. A senhora Justiça parece não saber o que fazer, dada a complexidade da situação, uma vez que isto se apresenta como algo novo na história do Brasil: o fato de um Governador de Estado ser preso em pleno exercício do mandato. Os advogados do Governador, certamente pagos pelo dinheiro do povo, lutam incansavelmente pela absolvição do réu temporário, que surpreendentemente ainda se encontra preso.

Em São Paulo, é a vez do Kassab, político polêmico e midiático, acusado de caixa dois na última campanha eleitoral, ou seja, segundo a senhora Justiça, recebeu, ilicitamente, doações de entidades de classe ou concessionárias de serviços públicos. Juntamente com ele, para não se sentir injustiçado e/ solitário pelo pedido de cassação, acompanham-no 24 dos 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. O número de políticos envolvidos com crimes eleitorais e administrativos tem revelado que o “negócio” é “promissor”. Enquanto isto, a Igreja, ONGs e a sociedade civil aguardam, pacientemente, a aprovação do projeto de lei PLP 518/09, fruto da Campanha Ficha Limpa, que visa impedir candidaturas de pessoas que respondem a processos em primeira ou única instância ou com denúncia recebida por um tribunal, entre outras complicações. Mas eles, os políticos da Câmara Federal, não estão animados, e com razão, em aprovar tal iniciativa.

Agora, resta-nos esperar pela boa vontade política dos que compõem a Suprema Corte da Justiça brasileira. O atual Procurador-Geral da República, num ato corajoso e justo, fez a sua parte: pediu a prisão do Governador Arruda. Agora é da responsabilidade do Supremo Tribunal mostrar para o país que, apesar da lentidão da atividade judiciária, tal Governador perderá efetivamente seu mandato, responderá, preso (o que é difícil acontecer), pela justa condenação, que se espera ser, no mínimo, perda total dos direitos políticos e devolução daquilo que foi roubado. O mesmo se diz em relação à vergonhosa situação do prefeito Kassab e companhia.

Os brasileiros merecem respeito. Temos muita gente preocupada com o futuro da nação. A resposta que se espera é que justiça seja feita e o mais rápido possível!


Tiago de França

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