quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Eleitores prejudiciais à democracia

Após três breves análises dos três principais candidatos à presidência da República, queremos oferecer ao leitor/eleitor algumas considerações a respeito de alguns eleitores que julgamos prejudiciais à democracia. Certamente, além dos que citaremos a seguir há muitos outros, mas estes nos parecem mais evidentes. Observando algumas manifestações nas ruas e nas redes sociais, achamos útil oferecer uma descrição sobre eles. Nosso objetivo é auxiliar na conscientização política das pessoas, visando o bem comum, tão precioso para a consolidação democrática do país.

  1. Eleitor egoísta/individualista
Este é um dos tipos que mais se destacam. Trata-se do eleitor que, apesar de viver em sociedade, somente pensa em si mesmo. Encontra-se na mesma situação dos políticos que não consideram o bem comum. Eis a pergunta que revela este eleitor: “O que vou ganhar votando neste candidato?” O candidato escolhido é aquele que vai trazer algum benefício para sua pessoa e/ou grupo.

Imaginemos que este eleitor seja um advogado. Neste caso, ele irá procurar um candidato que venha trazer algum benefício para sua carreira e/ou categoria. As demais áreas e necessidades da população não lhe interessam. Não está preocupado se o candidato vai ou não trabalhar pelo bem de todos, mas está centrado na busca e realização de seus interesses.

  1. Eleitor desinformado/alienado
É o eleitor que não procura se informar a respeito da conjuntura política. Geralmente, isto ocorre por preguiça mental ou falta de interesse. Torna-se presa fácil da mídia oficial. Sua opinião é formada pela mídia, principalmente pela televisão. É o eleitor que vota segundo a avaliação do Jornal Nacional da Rede Globo! Totalmente passivo, as informações midiáticas são por ele assimiladas sem espírito crítico.

Desse modo, pensa que está informado, mas, na verdade, está alienado, pois submeteu sua inteligência à distorção dos fatos. Não tem discernimento de nada e muda facilmente de ideia, de acordo com as conveniências do momento. Geralmente, este eleitor vota segundo o resultado das pesquisas dos institutos Ibope e Datafolha. Desconhece as reais intenções dos candidatos, deixando-se levar pela aparência. É um dos eleitores prediletos de candidatos corruptos.

3.    Eleitor omisso/indiferente

Há eleitores que somente possuem o título eleitoral e procuram justificar seu voto, ou votam nulo, ou em branco. Afirmam que não se interessam por política e os motivos são inúmeros. Costumam ser céticos porque se encontram desacreditados. A crise de valores na política os transformou em pessoas indiferentes. Alguns não opinam, outros, porém, reclamam demais.

O eleitor omisso se recusa a participar, perdendo, assim, a moral para reclamar. Pensa que a política se encerra com as eleições. E o pior é que também pensa que política somente corresponde às eleições! Quando nervosos, gritam para todos ouvirem: “Não quero saber de política! Odeio política! Isto não resolve nada! Não acredito mais em ninguém! Todos são uns bandidos! Quero que o Brasil se exploda!” Logo se vê que a situação do país não lhe interessa. Deixou-se levar pelo pessimismo e se convenceu de que a não participação não faz mal algum.

  1. Eleitor violento/agressivo
Geralmente, é o eleitor partidarista, que defende, ferrenhamente, a ideologia do seu partido. Imaginemos dois eleitores violentos: um do PT e outro do PSDB. Discute-se, sem respeito nem moderação, violentamente. É o tipo de eleitor que não enxerga os limites/defeitos de seu partido, enxergando o mal somente nos demais. Na situação atual, infelizmente, as ideologias partidárias andam enfraquecidas, pois a forma de governar de muitos políticos, tanto da direita quanto da esquerda, é praticamente igual.

Em outras palavras, hoje as pessoas votam olhando o perfil do candidato, sem se importarem muito com o seu partido político. Apesar disso, ainda temos eleitores violentos que, de forma agressiva, defendem a ideologia de partidos e políticos ligados a estes. O problema está na violência que cega e aliena, que desqualifica e inferioriza o outro, impedindo o diálogo e a troca de ideias e experiências.

  1. Eleitor amnésico
É o eleitor que sofre com problema de memória. Não estamos nos referindo ao eleitor que sofre da doença denominada amnésia, mas ao eleitor que não possui memória histórica. Em outras palavras, é aquele que não está atento ao processo histórico de seu país, que não presta atenção ao sentido e à repercussão dos fatos. Isto faz com que muitos políticos como José Sarney, Fernando Collor de Melo, Renan Calheiros e tantos outros sejam reeleitos, apesar dos graves escândalos de seus mandatos políticos.

A falta de memória histórica é um grave entrave à democracia porque um povo sem memória é um povo sem futuro. Somente quem tem consciência da história política do país escapa de colaborar para que erros e crimes absurdos se repitam. O eleitor que sofre de memória é um dos mais prejudiciais à democracia e dos mais queridos por políticos da linha dos políticos mencionados no parágrafo anterior. Na maioria dos casos, o eleitor amnésico sequer se recorda dos candidatos nos quais votou na última eleição.

  1. Eleitor corrupto
Descarado e hipócrita, oportunista e desonesto, o eleitor corrupto é aquele que vende sua consciência e seu voto. Este é trocado por dinheiro e favores. Portanto, é mercadoria barata. Assim como o político corrupto, este tipo de eleitor merece ser punido com o rigor da lei, pois não colabora com a frágil democracia do país. A maioria deles sabe da gravidade de suas condutas, mas persevera no intuito de beneficiar-se injustamente. Nas eleições municipais, para prefeito e vereador, a situação é bem pior. A compra e venda de votos por parte de políticos e eleitores desonestos são criminosas e vergonhosas.

As denúncias não dão conta de acabar com este terrível mal da vida política brasileira. Nas regiões mais pobres do país esta realidade se repete assustadoramente. Na maioria dos casos, a justiça não consegue punir os envolvidos, cabendo, assim, ao eleitor tomar consciência da importância do voto, assim como denunciar com coragem e firmeza aqueles que procuram comprar seu voto. Infelizmente, o eleitor corrupto, quer pobre, quer rico, dominado pelo espírito da corrupção, não consegue se libertar desta vergonhosa situação que o envolve e absorve.

E você, prezado/a leitor/a que está finalizando a leitura deste artigo, enquadra-se em algum desses tipos de eleitores acima mencionados? Esperamos que não! O Brasil precisa de eleitores cidadãos, que participem ativamente, com espírito crítico do processo democrático. O voto continua sendo uma arma poderosa nas mãos do cidadão eleitor consciente. É necessário fazer bom uso dela, a fim de que as mudanças necessárias sejam possíveis de serem realizadas. Participar é um direito assegurado constitucionalmente. Por isso, vamos fazer valer nosso direito.

A participação através do voto livre e consciente é imprescindível para um país melhor. Nossa ida às urnas é uma das formas mais eficientes de protesto. Basta de omissão, indiferença e corrupção! Sejamos, pois, críticos e responsáveis! Vamos assumir com ousadia e liberdade a nossa responsabilidade política por um país mais justo e fraterno. No dia 5 de outubro não percamos a oportunidade para contribuirmos com a renovação política tão desejada para o país. Não permitamos que nos tirem nossa esperança por um Brasil melhor!

Tiago de França 

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