segunda-feira, 28 de março de 2016

Sobre o novo pedido de impeachment protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil

Três questões me chamam a atenção no pedido de cassação de mandato da Presidenta protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB na Câmara dos Deputados: 1) Um número significativo de membros da Ordem não concorda com o pedido. Isso gera divisão na Ordem, certa desordem. Não há unanimidade interna para a efetivação de tal pedido; 2) Na peça protocolada não há nenhuma novidade significativa que justifique um novo pedido; portanto, o mesmo se mostra frágil igual ao primeiro que instaurou o processo de cassação; 3) Desse modo, considerando estas questões, em meio à tensão política do momento, em que o centro das atenções deveriam estar voltadas para a apurações dos crimes corroboradas pelas operações da Polícia Federal, a OAB presta um desserviço ao país, reforçando o clima de ilegalidade que ronda o processo de cassação, considerando a ausência de crime de responsabilidade para se chegar à cassação. Havendo cassação sem crime de responsabilidade, a isso damos o nome de golpe, não será a OAB que governará o país. Lógico! A OAB está reforçando o desfecho de uma situação que tende a se agravar, e a prova do que afirmamos virá se o golpe se efetivar. Depois, será tarde demais para voltar atrás. Os que irão se beneficiar do golpe já articulam um possível novo governo, e pelos nomes dos envolvidos, o escândalo da corrupção continuará cada vez mais gritante e vergonhoso. Não vislumbro dias melhores a curto prazo.

Tiago de França

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