Todos os dias, desde quando
chegou à Presidência, Michel Temer apresenta uma novidade: Uma sempre pior que
a outra. A de hoje é a escolha do líder do governo na Câmara dos Deputados.
Atendendo a uma indicação do deputado suspenso Eduardo Cunha, Temer escolheu
André Moura (PSC-SE) para ser seu líder naquela Casa legislativa.
O escolhido é alvo da Lava Jato,
suspeito de tentativa de assassinato e réu em três ações no Supremo Tribunal
Federal. Esta é mais uma prova de que o Presidente interino não tem compromisso
com a ética nem, consequentemente, com o combate à corrupção.
Recebeu a indicação de um
réu e escolheu outro réu. Isso somente confirma o que falei sobre o
pronunciamento dele no Fantástico da rede golpista: De forma descarada não se
importa com o País. Está demonstrando que pode fazer o que quiser. Estamos
retrocedendo, vergonhosamente.
Enquanto isso, a ministra
Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, resolveu engrossar o tom do golpe, ao
notificar a Presidenta Dilma a respeito do uso da palavra golpe. Além de ser
vítima de um golpe, a Presidenta não pode utilizar a palavra golpe ao se referir
ao impeachment.
Se pudesse, eu queria
perguntar, pessoalmente, à ministra Rosa Weber qual o nome apropriado para um
processo de impedimento sem crime de responsabilidade. Queria ouvir sua resposta.
Situação semelhante ocorreu
com o então Advogado Geral da União, quando defendeu a Presidenta na comissão
especial do impeachment do Senado, ao ser intimidado pelo senado Ronaldo Caiado
(DEM-GO), que também tentou proibir o Advogado a utilização da palavra golpe
durante a defesa. Tanto ao senador quanto à ministra é preciso lembrar que em
um Estado Democrático de Direito ninguém pode ser proibido de utilizar os
termos que julgar adequados em todas as ocasiões. Censura é incompatível com a
democracia.
E o termo adequado para
falar de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade é, sim,
GOLPE!
Tiago de França
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