quarta-feira, 11 de maio de 2016

Por que as pessoas insistem em viver na superficialidade e na mediocridade?... Pensamentos (IV)

O mundo pós-moderno é profundamente marcado pela superficialidade. Vive-se num mundo de aparências. Cultiva-se, excessivamente, a preocupação pela estética. Como estão me vendo? Será que estão gostando da minha roupa, do meu sapato, do meu cabelo, do meu sorriso? Será que percebem que sou infeliz? Consigo transmitir uma boa impressão para os outros? Como fazer para ser bem aceito?... Estas e tantas outras questões demonstram a necessidade de ocultamento da verdadeira personalidade em detrimento da autenticidade.

No mundo das aparências, aquilo que aparenta ser, na verdade não é. Há o engano e a confusão. A todo custo, as pessoas procuram utilizar máscaras com o objetivo de esconderem suas personalidades. Não querem ser descobertas naquilo que realmente são. Algumas, não se aceitando como são, tem vergonha de si mesmas. Então, não querem que os outros saibam de seu verdadeiro eu. Outras, usam máscaras para ocultar suas reais intenções. 

A consequência disso é a falta de autenticidade. Reina a falsidade no mundo inteiro. Há uma cultura da fuga e da negação de si mesmo. A sociedade formada por indivíduos deste tipo é uma sociedade doentia, gravemente enferma e insuportável. Daí podem surgir inúmeras formas de violência. Em todas as esferas da vida humana podemos encontrar pessoas que optaram pela superficialidade. Em outros termos, não é pequeno o número daqueles que "se sentem bem" na mediocridade. Os medíocres vivem encerrados na mesquinhez, num mundo criado pelas próprias fantasias, no egoísmo. 

Isto explica o fato de tanta gente rejeitar toda forma de reflexão, meditação e contemplação. Para quem vive na superficialidade, pensar é algo insuportável, inútil e descabido. Mesmo sofrendo com as consequências da falta do pensar, fixa-se na insistência de tal negação. Quem assim procede, não enxerga nenhum problema em tudo isso. "Pensar? O que ganho com isso?" Eis a pergunta dos medíocres escravos do pragmatismo. A sociedade justa e fraterna, formada por pessoas que realmente ousam amar sem medida e incondicionalmente, torna-se realidade cada vez mais distante. Para quem vive na superficialidade e, portanto, na mediocridade, o amor é perca de tempo. Tempos sombrios...

Tiago de França

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