Hoje,
1° de janeiro, celebramos o Dia Mundial da Paz. A paz não é fruto do mero
desejo das pessoas. Não basta apenas desejar. É necessário ser pacífico.
Promover a paz é responsabilidade de toda pessoa que habita este mundo. A paz é
um bem universal, e um direito humano fundamental. Sem ela ninguém consegue ser
feliz. O processo autêntico dos povos depende, necessariamente, da promoção da
paz.
No
início deste segundo milênio estamos diante do crescimento assustador da
cultura da violência e da morte. Crescem no mundo as forças de morte. Países,
instituições e pessoas promovem a violência, e milhões de pessoas são
brutalmente assassinadas, dia após dia. Criam-se justificativas de todo tipo
para tentar convencer as pessoas de que as mortes em massa são justificáveis e
até necessárias. Todas estas justificativas são falsas.
No
Brasil, também estamos diante deste fenômeno genocida. Anualmente, mais de 60
mil pessoas são assassinadas. A grande maioria delas pertence à classe
dos excluídos. Os ricos estão protegidos, e os pobres são assassinados. O
Estado é responsável pela morte de milhões de brasileiros. O Estado se tornou
inimigo do povo. Ao invés de cuidar das pessoas, adotada medidas para
explorá-las e matá-las.
Uma
destas medidas será adotada nestes dias, pelo presidente eleito, que será
empossado hoje: facilitar o porte de armas. Quem comprará estas armas? Os
ricos. Para que servem as armas? Para matar pessoas. Quem são estas pessoas?
São as de sempre: maioria jovem, pobre, negra e sem instrução. O presidente
eleito e parte dos seus eleitores acham que está é a solução para diminuir a
violência no Brasil: matar pessoas.
Para
quem professa a fé em Jesus, a liberação ou facilitação do acesso às armas é uma
medida contrária à Lei de Deus. O verdadeiro cristão não aceita este tipo de
medida porque acredita que Deus é vida e amor. O quinto mandamento da Lei de
Deus é claro: Não matarás! Matar uma pessoa é crime e pecado grave. Quem crê em
Deus não mata o próximo. Derramar o sangue do próximo é ação abominável diante
de Deus. Nada, absolutamente nada, justifica matar alguém.
O Deus
e Pai de Jesus é o Deus da Vida, e não da morte. Toda pessoa é filha de Deus em
Jesus Cristo. Matar alguém é matar um filho de Deus. Deus pedirá contas do
sangue dos seus filhos, derramado pelos assassinos. Quem mata se torna
assassino. Não há outra qualificação para este tipo de ação. O Estado tem que
assumir a sua responsabilidade na segurança pública. Fazer justiça com as
próprias mãos é atitude criminosa. O cidadão paga imposto para ter o direito à
segurança pública, que é dever do Estado. Liberar o acesso às armas é falta de
responsabilidade estatal. Não é o cidadão o primeiro responsável pela segurança
pública, mas do Estado.
Por
fim, é preciso dizer que não adianta desejar a paz sendo favorável à liberação
do porte de armas. Não sejamos hipócritas! Se nossa opção é pela vida, então
sejamos favoráveis às medidas que promovem a vida e a dignidade das pessoas.
Basta de criminalização dos pobres e dos movimentos sociais que lutam pela
justiça e paz social!
Não
basta desejar a paz e um feliz ano novo. Na verdade, precisamos, urgentemente,
em nossas relações com as pessoas e com a natureza, sermos pessoas pacíficas.
Ser pacífico é mais que uma atitude, é um estilo de vida. Ser pacífico é ser
justo para o nosso bem e para o bem de todos. Cultivemos, pois, o amor, a
justiça, o respeito, a solidariedade, a participação e a tolerância em nossas
relações. Assim, construiremos a paz que desejamos. As armas matam, jamais
constroem a paz.
Um bom
ano a todos! Muita força para lutarmos por um mundo mais justo e fraterno.
Tiago de França
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