terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Para promover a paz


Hoje, 1° de janeiro, celebramos o Dia Mundial da Paz. A paz não é fruto do mero desejo das pessoas. Não basta apenas desejar. É necessário ser pacífico. Promover a paz é responsabilidade de toda pessoa que habita este mundo. A paz é um bem universal, e um direito humano fundamental. Sem ela ninguém consegue ser feliz. O processo autêntico dos povos depende, necessariamente, da promoção da paz.

No início deste segundo milênio estamos diante do crescimento assustador da cultura da violência e da morte. Crescem no mundo as forças de morte. Países, instituições e pessoas promovem a violência, e milhões de pessoas são brutalmente assassinadas, dia após dia. Criam-se justificativas de todo tipo para tentar convencer as pessoas de que as mortes em massa são justificáveis e até necessárias. Todas estas justificativas são falsas.

No Brasil, também estamos diante deste fenômeno genocida. Anualmente, mais de 60 mil pessoas são assassinadas. A grande maioria delas pertence à classe dos excluídos. Os ricos estão protegidos, e os pobres são assassinados. O Estado é responsável pela morte de milhões de brasileiros. O Estado se tornou inimigo do povo. Ao invés de cuidar das pessoas, adotada medidas para explorá-las e matá-las.

Uma destas medidas será adotada nestes dias, pelo presidente eleito, que será empossado hoje: facilitar o porte de armas. Quem comprará estas armas? Os ricos. Para que servem as armas? Para matar pessoas. Quem são estas pessoas? São as de sempre: maioria jovem, pobre, negra e sem instrução. O presidente eleito e parte dos seus eleitores acham que está é a solução para diminuir a violência no Brasil: matar pessoas.

Para quem professa a fé em Jesus, a liberação ou facilitação do acesso às armas é uma medida contrária à Lei de Deus. O verdadeiro cristão não aceita este tipo de medida porque acredita que Deus é vida e amor. O quinto mandamento da Lei de Deus é claro: Não matarás! Matar uma pessoa é crime e pecado grave. Quem crê em Deus não mata o próximo. Derramar o sangue do próximo é ação abominável diante de Deus. Nada, absolutamente nada, justifica matar alguém.

O Deus e Pai de Jesus é o Deus da Vida, e não da morte. Toda pessoa é filha de Deus em Jesus Cristo. Matar alguém é matar um filho de Deus. Deus pedirá contas do sangue dos seus filhos, derramado pelos assassinos. Quem mata se torna assassino. Não há outra qualificação para este tipo de ação. O Estado tem que assumir a sua responsabilidade na segurança pública. Fazer justiça com as próprias mãos é atitude criminosa. O cidadão paga imposto para ter o direito à segurança pública, que é dever do Estado. Liberar o acesso às armas é falta de responsabilidade estatal. Não é o cidadão o primeiro responsável pela segurança pública, mas do Estado.

Por fim, é preciso dizer que não adianta desejar a paz sendo favorável à liberação do porte de armas. Não sejamos hipócritas! Se nossa opção é pela vida, então sejamos favoráveis às medidas que promovem a vida e a dignidade das pessoas. Basta de criminalização dos pobres e dos movimentos sociais que lutam pela justiça e paz social!

Não basta desejar a paz e um feliz ano novo. Na verdade, precisamos, urgentemente, em nossas relações com as pessoas e com a natureza, sermos pessoas pacíficas. Ser pacífico é mais que uma atitude, é um estilo de vida. Ser pacífico é ser justo para o nosso bem e para o bem de todos. Cultivemos, pois, o amor, a justiça, o respeito, a solidariedade, a participação e a tolerância em nossas relações. Assim, construiremos a paz que desejamos. As armas matam, jamais constroem a paz.

Um bom ano a todos! Muita força para lutarmos por um mundo mais justo e fraterno.

Tiago de França

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