quinta-feira, 23 de julho de 2020

Os cristãos e a política



“Fazer política inspirada no Evangelho a partir do povo em movimento pode se tornar uma maneira poderosa de sanar nossas frágeis democracias e de abrir o espaço para reinventar novas instâncias representativas de origem popular”.
(Papa Francisco, audiência com os participantes de um Programa de pós-graduação em Doutrina Social da Igreja, no Vaticano, em março de 2019).

            O fenômeno da polarização política despertou, especialmente nas redes sociais, a discussão sobre o envolvimento dos cristãos com a política. Esta polarização não é um fenômeno recente, mas algo que sempre fez parte dos regimes democráticos. De uns tempos para cá, tem se intensificado e, assim, tornou-se mais violenta. A política brasileira ficou reduzida ao embate entre direita e esquerda. O que não se encontra neste antagonismo aparece como estanho e confuso. A oposição entre direita e esquerda, dirá N. Bobbio, é uma realidade antitética, ou seja, oposição necessária: uma depende da outra para subsistir (cf. o livro de N. Bobbio:  Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política).

Política e politicagem
            Antes da efervescência das redes sociais, de modo geral, o brasileiro não tinha interesse por questões políticas. Os mais simples sempre dizem que a política é coisa de “homem sabido”. Os políticos sempre se apresentaram como uma casta superior, que goza de inúmeros privilégios. Quanto mais alto o posto, mais privilégios são assegurados. O gasto público para a manutenção do aparato institucional é imenso. As regalias são escandalosas, mas, curiosamente, não são extintas. A maioria das pessoas já não se importa mais.
            A verdadeira política não tem nenhuma ligação com privilégios. Geralmente, as pessoas ignoram o sentido e o alcance da política, mesmo arcando com as consequências da ausência da boa política. Há muita politicagem e pouca política. A polarização é a política em seu estado extremado e nocivo; é a manifestação mais evidente da crise política que assola o país. Mas há quem se beneficie da situação, aproveitando-se do estado de cegueira provocado pelos radicalismos apaixonados. Enquanto as pessoas se digladiam nas bases da sociedade, os mais espertos assaltam os cofres públicos.
            Esta polarização vai além da oposição entre siglas partidárias. Na verdade, o núcleo da questão se encontra nos projetos de poder subjacentes às disputas políticas. Cada grupo político tem seu projeto de poder, que aparece claramente tanto nos discursos quanto na forma de governar. Qualquer pessoa atenta ao que acontece, é capaz de enxergar para qual direção cada governante conduz a cidade, o estado e o país. O problema é esta atenção ao que está acontecendo. O brasileiro apanha e não sabe quem deu surra!

Generalização e demonização
            No regime democrático não existe sistema representativo sem os partidos políticos (cf. o art. 1º da Lei 9.096/95, que dispõe sobre os partidos políticos). Com a polarização política surge também outros dois fenômenos congêneres, que revelam a falta de formação política da maioria da população brasileira: a generalização e a demonização de pessoas e instituições.
Toda generalização revela a falta de análise da realidade e, portanto, é insustentável e equivocada. “Maria cometeu adultério, logo todas as mulheres são adúlteras”; “O prefeito José desviou o dinheiro da merenda escolar, logo todos os prefeitos são ladrões”; “O padre Anastácio desviou o dinheiro do dízimo, logo todos os padres são ladrões”; “O casamento de Joaquim não deu certo, logo não existe felicidade no casamento”. Estes e tantos outros exemplos servem para ilustrar que, racionalmente, a generalização não tem sentido. Defender ideias oriundas de generalizações é atitude de pessoa pouco inteligente.
A generalização contribui para a demonização de pessoas e instituições. A ideia de que tudo está perdido é muito perigosa. Parte-se do princípio de que não adianta ser honesto, nem que se deva trabalhar por uma sociedade justa e fraterna. A demonização maximaliza o mal, semeando o desespero nas pessoas. O medo e a angústia também tomam conta da sociedade, e esta é levada a crer que não há futuro promissor. Tudo está fadado ao fracasso. Prega-se o caos generalizado de todas as coisas.

O joio e o trigo na política
Por mais caótica que seja uma situação, há sempre caminhos possíveis de saída do caos. Segundo uma comparação usada por Jesus de Nazaré, o joio e o trigo estão misturados, e crescem juntos até o dia da colheita (cf. Mt 13,24-30). Existe o joio, que é a erva daninha, mas também existe o trigo, que gera abundância. Na política, o joio é a corrupção, que sempre existiu na humanidade. Todas as sociedades são marcadas pela corrupção. Em todos os setores da sociedade é possível encontrá-la. É ilusão pensar que em algum país do mundo não exista uma parcela de gente que se aproveita da ingenuidade e da desinformação para tirar proveito, agindo ilicitamente.
No Brasil, desde o famoso escândalo do “mensalão”, em 2005, até os dias atuais, os brasileiros tomaram conhecimento de inúmeros ilícitos cometidos por agentes públicos em conluio com empresários. Curiosamente, fala-se muito em corrupção no Estado, e praticamente nada sobre a corrupção na iniciativa privada. Esta é exaltada como se fosse a via de salvação do país. Tudo o que é público passou a ser visto como algo ruim. Os ingênuos e desinformados pensam que a salvação está na entrega do que é público nas mãos da iniciativa privada. Por incrível que pareça, ainda não pararam para pensar no significado da expressão iniciativa privada. O que é público visa o bem comum; o que é privado visa o enriquecimento do empresário ou do grupo empresarial.

O poder da mídia e das redes sociais
Por mais degenerada que seja a política, é preciso considerar que nela há pessoas honestas. E por que muita gente duvida disso? Entre os vários motivos, dois podem ser elencados: Primeiro, porque a mídia não fala dos perfis e trabalhos de pessoas honestas. A mídia vive das más notícias. A repetição sensacionalista e diuturna dos desvios passa a impressão de que tudo está perdido, e que todos os políticos são corruptos. Segundo, porque são poucos os que se informam sobre o que acontece na política nacional. A maioria absorve, sem nenhuma filtragem, as informações veiculadas nos jornais televisivos, nos sites de notícias na Internet e nas mensagens que recebem pelas redes sociais.
Com a explosão das fake news (notícias falsas), a situação piorou. A Justiça Eleitoral não agiu com firmeza nas eleições de 2018, que foram contaminadas por uma onda gigante de notícias falsas veiculadas nas redes sociais, principalmente no Facebook, Instagram e WhatsApp. Somente agora estão descobrindo que existe uma rede criminosa e organizada de produção de notícias falsas. Infelizmente, a instituição escolar não trabalha a política em sala de aula. O assunto não é trabalhado como deveria, e os estudantes concluem a educação básica sem o conhecimento das noções mínimas de democracia, cidadania, regime democrático, políticas públicas, política, direitos humanos e garantias fundamentais etc.
A carência de informação e formação política abre espaço para a proliferação de notícias falsas e escolhas erradas. Pessoas mal informadas, ou desinformadas não conseguem fazer boas escolhas. Toda escolha é, por natureza, política. Todas as escolhas provocam transformações na sociedade.

Homem: animal político
O ser humano é político em tudo o que faz e planeja fazer: ao escolher o alimento, a profissão, o vestuário, a religião, a moradia, os amigos, o (a) companheiro (a) para viver, ter ou não filhos, votar ou não votar etc. Até aqueles que decidem sobreviver sem fazer praticamente nada na vida, também fazem uma escolha que pode ser denominada de omissão política.
Quem nada faz de sua vida não colabora com o próprio crescimento, nem com o desenvolvimento da sociedade. Os gregos diziam que o homem é um zoon politikon (animal político) inserido na pólis (cidade), e enquanto tal, é chamado a participar das discussões sobre os destinos da cidade. A filósofa Hannah Arendht, ao pensar o conceito de vida ativa, defendia que toda pessoa deve se empenhar em fazer algo, pois a ação pertence essencialmente ao homem (cf. o livro A condição humana, de H. Arendt). Participar das discussões sobre os destinos da cidade e agir para construir um mundo mais justo e fraterno são atitudes essencialmente políticas.
O leitor já deve ter percebido que a política vai além dos partidos políticos, que existem para aqueles que se candidatam e, assim, submetem-se ao poder que o povo tem de escolher seus representantes: “O poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (parágrafo único do art. 1º da Constituição da República de 1988). A formação política é a ferramenta indispensável para levar as pessoas a conhecerem o significado e o alcance deste poder popular. Sem formação, o povo continuará sendo vítima, em primeiro lugar, da própria ignorância. Os maus políticos enganam somente os desinformados e desprovidos de espírito crítico.

A fé cristã e a política
O que diz a fé cristã sobre a política? Os evangelhos não mostram um Cristo metido em questões políticas, no sentido partidarista da palavra. Ele não participou de nenhum movimento político que visava derrubar o império romano. Deus não o enviou com essa missão. Mas é verdade que o encontramos numa posição contrária à exploração a que o povo estava submetido. Ao repreender a ambição de alguns de seus discípulos, diz Jesus: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações, as dominam, e os seus grandes impõem sua autoridade. Entre vós não seja assim. Quem quiser ser o maior, no meio de vós, seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro, no meio de vós, seja o servo de todos” (Mc 10,42-44).
Aqui está o fundamento da política na ótica cristã: “... seja aquele vos serve...” Jesus ensina que a autoridade legítima é aquela que serve aos mais vulneráveis. Na Igreja católica, assim como em todas as instituições, há relações de poder. Diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia eclesiástica. A autoridade exercida por cada um destes somente é legítima se for pautada no serviço ao próximo.
Neste sentido, analógica e hipoteticamente, podemos dizer que há a autoridade de direito, constituída a partir do momento em que se confere um dos três graus do sacramento da Ordem (momento da ordenação), e a autoridade de fato, que é exercida no cotidiano da vida eclesial. Quando se apresenta e age como servidor, a autoridade é plena e legítima. Do contrário, vislumbra-se um dos fatores geradores de uma crise de autoridade.
A Igreja católica, a partir da mensagem de Jesus, compreende a política como serviço ao bem comum. Conforme a citação que introduz este artigo, o cristão é chamado a fazer política “inspirada no Evangelho”, que significa fazer política conforme os valores evangélicos: solidariedade, honestidade, transparência, justiça, verdade etc. O Papa São Paulo VI dizia que a política é a forma mais sublime de caridade, explicando, assim, a importância da política na vida cristã. Portanto, não é possível separar vida cristã e política, bem como fé cristã e política. Esta é uma das formas de expressão da fé em Jesus Cristo, quando inspirada no Evangelho.
A Doutrina Social da Igreja (DSI), conjunto de ensinamentos sobre a dignidade da pessoa humana e a promoção do bem comum na sociedade, ressalta a importância da política. A construção responsável da sociedade depende da política. Os cristãos vivem no mundo, portanto, devem colaborar na construção da sociedade. Essa colaboração deve ser pautada nos valores do Evangelho.
Quais seriam as implicações da DSI, que revelam o papel do cristão na construção da nova humanidade? “A doutrina social implica, outrossim, responsabilidades referentes à construção, à organização e ao funcionamento da sociedade: obrigações políticas, econômicas, administrativas, vale dizer, de natureza secular, que pertencem aos fiéis leigos, não aos sacerdotes e aos religiosos. Tais responsabilidades competem aos leigos de modo peculiar, em razão da condição secular do seu estado de vida e da índole secular da sua vocação: mediante essas responsabilidades, os leigos põem em prática o ensinamento social e cumprem a sua missão secular da Igreja” (Compêndio da DSI, n. 83).
Neste artigo, não quero entrar na questão canônica e magisterial que trata da proibição de sacerdotes e religiosos em atividades político-partidárias, pois é um assunto a ser tratado noutro artigo, dada a necessidade de se analisar o direito canônico, as orientações do magistério dos Papas e dos Bispos e as circunstâncias que explicitam, direta ou indiretamente, as intenções políticas. Em sua doutrina social, a Igreja católica expressa claramente que a política é campo de atuação para cristãos conscientes, livres e íntegros. Sem essas três qualidades não há bons políticos, nem democracia para todos.
A DSI tem duplo objetivo: religioso e moral. Religioso, “porque a missão evangelizadora e salvífica da Igreja abraça o homem ‘na plena verdade da sua existência, do seu ser pessoal e, ao mesmo tempo, do seu ser comunitário e social’”, e moral, “porque a Igreja visa a um ‘humanismo total’, vale dizer à ‘libertação de tudo aquilo que oprime o homem’ e ao ‘desenvolvimento integral do homem todo e de todos os homens’” (Compêndio da DSI, n. 82). Portanto, através da política cada cristão participa desta missão da Igreja no mundo: Ajudar na libertação de tudo o que oprime o homem, promovendo seu desenvolvimento integral.
Com a explosão de espiritualidades desencarnadas no seio do cristianismo atual, marcadas por um espiritualismo desenfreado, que leva as pessoas a uma espécie de fuga do mundo, o tema da libertação integral passou a ser rotulado como “coisa de comunista”. No seio da Igreja há até aqueles que propagam a falsa ideia de que a DSI também é “coisa de comunista”. Os que assim se expressam, talvez não tenham sequer lido o Compêndio da DSI, bem como desconhecem que esta integra o Magistério da Igreja. Noutra oportunidade seria oportuno discorrer, de forma mais demorada, sobre a leitura, compreensão e aceitação seletiva que muitos católicos fazem do Magistério da Igreja. É um fenômeno preocupante, que atenta contra a comunhão eclesial.
O Catecismo da Igreja Católica também confirma a DSI: “Não compete aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Este papel faz parte da vocação dos fiéis leigos, agindo por sua própria iniciativa juntamente com os seus concidadãos. A ação social pode implicar uma pluralidade de caminhos concretos; mas deverá ter sempre em vista o bem comum e conformar-se a mensagem evangélica e o ensinamento da Igreja. Compete aos fiéis leigos ‘animar as realidades temporais com o seu compromisso cristão, comportando-se nelas como artífices da paz e da justiça’” (Catecismo, n. 2442).
O bem comum deve estar no centro da atividade política. Esta “ação social” a que se refere o Catecismo é o agir político na sociedade. Portadora do Evangelho de Jesus Cristo, a Igreja precisa fazer a mesma opção feita por ele, porque Deus o ungiu para evangelizar os pobres (cf. Lc 4,18). Cabe à Igreja cultivar o amor aos pobres, porque são os mais vulneráveis da sociedade.
Eis o que continua dizendo o Catecismo da Igreja: “O amor da Igreja pelos pobres [...] faz parte da sua constante tradição’. Esse amor inspira-se no Evangelho das bem-aventuranças, na pobreza de Jesus e na sua atenção aos pobres. O amor dos pobres é mesmo um dos motivos do dever de trabalhar: para ‘poder fazer o bem, socorrendo os necessitados’. E não se estende somente à pobreza material, mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa” (Catecismo, n. 2444). Por que será que os que desprezam a opção pelos pobres na Igreja não consideram estas palavras do Catecismo promulgado pelo Papa São João Paulo II? A pergunta fica para o leitor refletir.
Portanto, os que dizem ser a opção pelos pobres na Igreja “coisa de comunista”, desconhece, ou se opõe conscientemente ao Evangelho, ao Magistério e à Tradição da Igreja. Neste sentido, não é nenhum exagero afirmar que não é católico quem se opõe a esses três fundamentos da fé católica.
Também não constitui exagero a afirmação de que a política integra a caminhada cristã e eclesial neste mundo, e que cabe ao cristão o exercício da política como forma suprema de caridade. Nos regimes democráticos, o cristão não pode recusar-se a exercer a sua cidadania, sob pena de arcar com as consequências de um pecado social gravíssimo. Na política, peca-se por ação, ou omissão. Quem se recusa a participar das discussões e ações que traçam os destinos do país, peca gravemente. Essa omissão reflete na vida social, prejudicando a coletividade.

Crise política e reforma
O Brasil está mergulhado numa grave crise política. Os atores que a promovem tentam, de todas as formas, apresentar a realidade como normal e até necessária à democracia. É um equívoco. Para crescer, a democracia não precisa ser submetida a crises políticas. Estas tendem a destruí-la. Por isso a urgência em sanar a crise, antes que cause estragos piores. Mas como o ser humano aprendeu a se beneficiar até das situações mais desastrosas, há quem esteja se beneficiando da crise. Podemos dizer que são os “urubus da democracia”, que vivem da carnificina social. Para estes, quanto pior, melhor.
Desde os tempos coloniais, os maus políticos fazem parte da República brasileira. Sempre aparecem, são escolhidos e eleitos. São o produto da massificação social. As pessoas são moldadas para agir de forma massificada, ou seja, controlada. O aparato midiático é a grande ferramenta de massificação. As pessoas vão sobrevivendo do jeito que podem, com as migalhas que caem das mesas dos patrões. Estes ficam com as riquezas, concentradamente, e as demais pessoas vão se virando. Neste clima de desespero, os oportunistas são populistas, e sabem se aproveitar da fragilidade emocional e material do povo desassistido. Surgem os falsos profetas e os falsos messias.
Os maus políticos são eleitos, e isso merece reflexão. Eles conseguem enganar seus eleitores. Estes deveriam refletir. Mas, muitas vezes, o que ocorre é que muitos eleitores sequer se recordam em quem votaram. O atual cenário político brasileiro é uma prova incontestável de que a política precisa ser levada a sério; do contrário, tudo tende a piorar. Muita gente já percebeu que praticamente tudo depende da política: os preços dos alimentos, vestuário, combustível, mensalidade escolar, gás, luz, água, medicamentos etc. Do alcance da política ninguém escapa.
O Brasil carece de uma reforma política para transformar a política em instrumento de promoção do bem comum. Mas esta reforma deve contar com a participação do povo. Não adianta esperar que a classe política realize a reforma, porque a maioria dos políticos não está interessada. A falta de consciência política por parte de muita gente faz com que a situação permaneça caótica. Consciência política gera organização popular, que faz surgir o interesse em transformar a política em ferramenta fundamental para a transformação da democracia.
Impulsionada pelo Evangelho e por sua doutrina social, cabe à Igreja contribuir para que essa reforma aconteça. Até que aconteça, é importante promover a formação política dos leigos, para que sejam agentes de transformação da sociedade, cumprindo, assim, a sua vocação política. Sem exercer a sua missão no mundo, o cristão se transforma em um ser alienado, vivendo em uma espécie de mundo ilusório e/ou paralelo.
O testemunho missionário de Jesus Cristo é um convite permanente para a itinerância e o engajamento social e político. No sermão da montanha o seu ensinamento é claro: Toda pessoa que deseja segui-lo é chamada a ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16), ou seja, o discípulo missionário de Jesus pensa e age como ele, praticando a justiça do Reino de Deus, única capaz de tornar este mundo mais justo e fraterno.
Sem isso, o cristianismo não passa de um aglomerado de pessoas dedicadas à realização de ritos e cultos, desligadas da realidade do mundo. É desse tipo de cristianismo que os maus políticos gostam. Nas mãos deles, é mais uma ferramenta para promover a alienação. É algo nocivo à democracia e ao desenvolvimento do país. É tudo muito claro, para todo mundo ver. Mas como toda realidade terrena é transitória, espera-se que tal situação encontre o seu devido lugar no tempo e na história.

Tiago de França

Obs: A imagem que acompanha este artigo é meramente ilustrativa/reprodução.

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Tiago! Vou reproduzi-lo e repassar aos zapes que tenho de pessoas de Colônia. Abraços.

Tiago de França disse...

Faça isso. Obrigado!
Abraço fraterno!