(Papa
Francisco, audiência com os participantes de um Programa de pós-graduação em Doutrina Social da Igreja, no Vaticano, em março de 2019).
O fenômeno da polarização política despertou, especialmente nas redes sociais, a
discussão sobre o envolvimento dos cristãos com a política. Esta polarização
não é um fenômeno recente, mas algo que sempre fez parte dos regimes democráticos.
De uns tempos para cá, tem se intensificado e, assim, tornou-se mais violenta. A
política brasileira ficou reduzida ao embate entre direita e esquerda. O que
não se encontra neste antagonismo aparece como estanho e confuso. A oposição
entre direita e esquerda, dirá N. Bobbio, é uma realidade antitética, ou seja, oposição
necessária: uma depende da outra para subsistir (cf. o livro de N. Bobbio: Direita
e esquerda: razões e significados de uma distinção política).
Política e politicagem
Antes da efervescência das redes
sociais, de modo geral, o brasileiro não tinha interesse por questões
políticas. Os mais simples sempre dizem que a política é coisa de “homem sabido”.
Os políticos sempre se apresentaram como uma casta superior, que goza de
inúmeros privilégios. Quanto mais alto o posto, mais privilégios são
assegurados. O gasto público para a manutenção do aparato institucional é
imenso. As regalias são escandalosas, mas, curiosamente, não são extintas. A maioria
das pessoas já não se importa mais.
A verdadeira política não tem
nenhuma ligação com privilégios. Geralmente, as pessoas ignoram o sentido e o
alcance da política, mesmo arcando com as consequências da ausência da boa
política. Há muita politicagem e pouca política. A polarização é a
política em seu estado extremado e nocivo; é a manifestação mais evidente da
crise política que assola o país. Mas há quem se beneficie da situação,
aproveitando-se do estado de cegueira provocado pelos radicalismos apaixonados. Enquanto as pessoas se digladiam nas
bases da sociedade, os mais espertos assaltam os cofres públicos.
Esta polarização vai além da
oposição entre siglas partidárias. Na verdade, o núcleo da questão se encontra
nos projetos de poder subjacentes às disputas
políticas. Cada grupo político tem seu projeto de poder, que aparece claramente
tanto nos discursos quanto na forma de governar. Qualquer pessoa atenta ao que
acontece, é capaz de enxergar para qual direção cada governante conduz a
cidade, o estado e o país. O problema é esta atenção ao que está acontecendo. O
brasileiro apanha e não sabe quem deu surra!
Generalização e demonização
No regime democrático não existe sistema representativo sem os
partidos políticos (cf. o art. 1º da Lei 9.096/95, que dispõe sobre os partidos
políticos). Com a polarização política surge também outros dois fenômenos
congêneres, que revelam a falta de formação política da maioria da população
brasileira: a generalização e a demonização de pessoas e instituições.
Toda generalização revela a falta de análise da realidade e, portanto, é insustentável e
equivocada. “Maria cometeu adultério, logo todas as mulheres são adúlteras”; “O
prefeito José desviou o dinheiro da merenda escolar, logo todos os prefeitos
são ladrões”; “O padre Anastácio desviou o dinheiro do dízimo, logo todos os
padres são ladrões”; “O casamento de Joaquim não deu certo, logo não existe
felicidade no casamento”. Estes e tantos outros exemplos servem para ilustrar
que, racionalmente, a generalização não tem sentido. Defender ideias oriundas
de generalizações é atitude de pessoa pouco inteligente.
A generalização contribui para a demonização de pessoas e
instituições. A ideia de que tudo está perdido é muito perigosa. Parte-se do
princípio de que não adianta ser honesto, nem que se deva trabalhar por uma
sociedade justa e fraterna. A demonização maximaliza o mal, semeando o desespero nas pessoas. O medo e a angústia também tomam conta da sociedade, e esta é levada a crer
que não há futuro promissor. Tudo está fadado ao fracasso. Prega-se o caos generalizado de todas as coisas.
O joio e o trigo na política
Por mais caótica que seja uma situação, há sempre caminhos
possíveis de saída do caos. Segundo uma comparação usada por Jesus de Nazaré, o
joio e o trigo estão misturados, e crescem juntos até o dia da colheita (cf. Mt
13,24-30). Existe o joio, que é a erva daninha, mas também existe o trigo, que
gera abundância. Na política, o joio é a corrupção,
que sempre existiu na humanidade. Todas
as sociedades são marcadas pela corrupção. Em todos os setores da sociedade é
possível encontrá-la. É ilusão pensar que em algum país do mundo não exista uma
parcela de gente que se aproveita da ingenuidade
e da desinformação para tirar
proveito, agindo ilicitamente.
No Brasil, desde o famoso escândalo do “mensalão”, em 2005,
até os dias atuais, os brasileiros tomaram conhecimento de inúmeros ilícitos
cometidos por agentes públicos em conluio com empresários. Curiosamente,
fala-se muito em corrupção no Estado,
e praticamente nada sobre a corrupção na
iniciativa privada. Esta é exaltada como se fosse a via de salvação do
país. Tudo o que é público passou a ser visto como algo ruim. Os ingênuos e
desinformados pensam que a salvação está na entrega do que é público nas mãos da iniciativa privada. Por incrível
que pareça, ainda não pararam para pensar no significado da expressão iniciativa privada. O que é público visa o bem comum; o que é privado visa o enriquecimento do empresário ou
do grupo empresarial.
O poder da mídia e das redes sociais
Por mais degenerada que seja a política, é preciso
considerar que nela há pessoas honestas. E por que muita gente duvida disso? Entre
os vários motivos, dois podem ser elencados: Primeiro, porque a mídia não fala dos perfis e trabalhos
de pessoas honestas. A mídia vive das más notícias. A repetição sensacionalista e diuturna dos desvios
passa a impressão de que tudo está perdido, e que todos os políticos são
corruptos. Segundo, porque são poucos os que se informam sobre o que acontece na política nacional. A maioria absorve, sem nenhuma filtragem, as informações
veiculadas nos jornais televisivos, nos sites de notícias na Internet e nas
mensagens que recebem pelas redes sociais.
Com a explosão das fake
news (notícias falsas), a situação piorou. A Justiça Eleitoral não agiu com
firmeza nas eleições de 2018, que foram contaminadas por uma onda gigante de
notícias falsas veiculadas nas redes sociais, principalmente no Facebook, Instagram e WhatsApp. Somente
agora estão descobrindo que existe uma rede
criminosa e organizada de produção de notícias falsas. Infelizmente, a instituição escolar não trabalha a
política em sala de aula. O assunto não é trabalhado como deveria, e os
estudantes concluem a educação básica sem o conhecimento das noções mínimas de democracia,
cidadania, regime democrático, políticas públicas, política, direitos humanos e
garantias fundamentais etc.
A carência de informação e formação política abre espaço
para a proliferação de notícias falsas e escolhas erradas. Pessoas mal
informadas, ou desinformadas não conseguem fazer boas escolhas. Toda escolha é, por natureza, política.
Todas as escolhas provocam transformações na sociedade.
Homem: animal político
O ser humano é político em tudo o que faz e planeja fazer:
ao escolher o alimento, a profissão, o vestuário, a religião, a moradia, os
amigos, o (a) companheiro (a) para viver, ter ou não filhos, votar ou não votar
etc. Até aqueles que decidem sobreviver sem fazer praticamente nada na vida,
também fazem uma escolha que pode ser denominada de omissão política.
Quem nada faz de sua vida não colabora com o próprio
crescimento, nem com o desenvolvimento
da sociedade. Os gregos diziam que o homem é um zoon politikon (animal político) inserido na pólis (cidade), e enquanto tal, é chamado a participar das
discussões sobre os destinos da
cidade. A filósofa Hannah Arendht, ao pensar o conceito de vida ativa, defendia que toda pessoa deve se empenhar em fazer
algo, pois a ação pertence essencialmente ao homem (cf. o livro A condição humana, de H. Arendt). Participar das discussões sobre os
destinos da cidade e agir para
construir um mundo mais justo e fraterno são atitudes essencialmente políticas.
O leitor já deve ter percebido que a política vai além dos partidos políticos, que
existem para aqueles que se candidatam e, assim, submetem-se ao poder que o
povo tem de escolher seus
representantes: “O poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição” (parágrafo único do art. 1º da Constituição da
República de 1988). A formação política
é a ferramenta indispensável para levar as pessoas a conhecerem o significado e
o alcance deste poder popular. Sem formação,
o povo continuará sendo vítima, em primeiro lugar, da própria ignorância. Os maus políticos enganam
somente os desinformados e desprovidos de espírito
crítico.
A fé cristã e a política
O que diz a fé cristã sobre a política? Os evangelhos não
mostram um Cristo metido em questões
políticas, no sentido partidarista da palavra. Ele não participou de nenhum movimento político que visava derrubar
o império romano. Deus não o enviou com essa missão. Mas é verdade que o encontramos numa posição contrária à exploração a que o povo estava submetido. Ao repreender
a ambição de alguns de seus
discípulos, diz Jesus: “Sabeis que os que
são considerados chefes das nações, as dominam, e os seus grandes impõem sua
autoridade. Entre vós não seja assim. Quem quiser ser o maior, no meio de vós,
seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro, no meio de vós, seja o
servo de todos” (Mc 10,42-44).
Aqui está o fundamento
da política na ótica cristã: “... seja aquele vos serve...” Jesus ensina
que a autoridade legítima é aquela
que serve aos mais vulneráveis. Na Igreja
católica, assim como em todas as instituições, há relações de poder. Diáconos, presbíteros e bispos compõem a
hierarquia eclesiástica. A autoridade exercida por cada um destes somente é
legítima se for pautada no serviço ao
próximo.
Neste sentido, analógica e hipoteticamente, podemos dizer
que há a autoridade de direito, constituída a partir do momento em que se
confere um dos três graus do sacramento da Ordem (momento da ordenação), e a autoridade
de fato, que é exercida no cotidiano da vida eclesial. Quando se apresenta e age como servidor, a autoridade é plena e
legítima. Do contrário, vislumbra-se um dos fatores geradores de uma crise
de autoridade.
A Igreja católica, a
partir da mensagem de Jesus, compreende a política como serviço ao bem
comum. Conforme a citação que introduz este artigo, o cristão é chamado a
fazer política “inspirada no Evangelho”,
que significa fazer política conforme os
valores evangélicos: solidariedade, honestidade, transparência, justiça,
verdade etc. O Papa São Paulo VI dizia que a política é a forma mais sublime de caridade, explicando, assim, a importância da
política na vida cristã. Portanto, não é possível separar vida cristã e
política, bem como fé cristã e política. Esta é uma das formas de expressão da fé em Jesus Cristo, quando inspirada no
Evangelho.
A Doutrina Social da
Igreja (DSI), conjunto de ensinamentos sobre a dignidade da pessoa humana e
a promoção do bem comum na sociedade, ressalta a importância da política. A construção responsável da sociedade
depende da política. Os cristãos vivem no mundo, portanto, devem colaborar na
construção da sociedade. Essa colaboração deve ser pautada nos valores do
Evangelho.
Quais seriam as implicações da DSI, que revelam o papel do
cristão na construção da nova humanidade?
“A doutrina social implica, outrossim,
responsabilidades referentes à construção, à organização e ao funcionamento da
sociedade: obrigações políticas, econômicas, administrativas, vale dizer, de
natureza secular, que pertencem aos fiéis leigos, não aos sacerdotes e aos
religiosos. Tais responsabilidades competem aos leigos de modo peculiar, em
razão da condição secular do seu estado de vida e da índole secular da sua
vocação: mediante essas responsabilidades, os leigos põem em prática o
ensinamento social e cumprem a sua missão secular da Igreja” (Compêndio da
DSI, n. 83).
Neste artigo, não quero entrar na questão canônica e
magisterial que trata da proibição de sacerdotes e religiosos em atividades
político-partidárias, pois é um assunto a ser tratado noutro artigo, dada a
necessidade de se analisar o direito canônico, as orientações do magistério dos
Papas e dos Bispos e as circunstâncias que explicitam, direta ou indiretamente,
as intenções políticas. Em sua doutrina social, a Igreja católica expressa
claramente que a política é campo de atuação para cristãos conscientes, livres
e íntegros. Sem essas três
qualidades não há bons políticos, nem democracia para todos.
A DSI tem duplo objetivo: religioso e moral. Religioso, “porque a missão evangelizadora e salvífica
da Igreja abraça o homem ‘na plena verdade da sua existência, do seu ser
pessoal e, ao mesmo tempo, do seu ser comunitário e social’”, e moral, “porque a Igreja visa a um ‘humanismo total’,
vale dizer à ‘libertação de tudo aquilo que oprime o homem’ e ao ‘desenvolvimento
integral do homem todo e de todos os homens’” (Compêndio da DSI, n. 82). Portanto,
através da política cada cristão participa desta missão da Igreja no mundo:
Ajudar na libertação de tudo o que
oprime o homem, promovendo seu desenvolvimento
integral.
Com a explosão de espiritualidades
desencarnadas no seio do cristianismo atual, marcadas por um espiritualismo desenfreado, que leva as
pessoas a uma espécie de fuga do mundo,
o tema da libertação integral passou a ser rotulado como “coisa de comunista”. No
seio da Igreja há até aqueles que propagam a falsa ideia de que a DSI também é “coisa
de comunista”. Os que assim se expressam, talvez não tenham sequer lido o
Compêndio da DSI, bem como desconhecem que esta integra o Magistério da Igreja. Noutra oportunidade seria oportuno discorrer,
de forma mais demorada, sobre a leitura, compreensão e aceitação seletiva que muitos católicos fazem do Magistério da
Igreja. É um fenômeno preocupante, que atenta contra a comunhão eclesial.
O Catecismo da Igreja Católica também confirma a DSI: “Não compete aos pastores da Igreja intervir
diretamente na construção política e na organização da vida social. Este papel
faz parte da vocação dos fiéis leigos, agindo por sua própria iniciativa
juntamente com os seus concidadãos. A ação social pode implicar uma pluralidade
de caminhos concretos; mas deverá ter sempre em vista o bem comum e
conformar-se a mensagem evangélica e o ensinamento da Igreja. Compete aos fiéis
leigos ‘animar as realidades temporais com o seu compromisso cristão,
comportando-se nelas como artífices da paz e da justiça’” (Catecismo, n.
2442).
O bem comum deve estar no centro da atividade política. Esta “ação social” a que se refere o Catecismo é o agir político na sociedade. Portadora
do Evangelho de Jesus Cristo, a Igreja precisa fazer a mesma opção feita
por ele, porque Deus o ungiu para evangelizar os pobres (cf. Lc 4,18). Cabe à
Igreja cultivar o amor aos pobres,
porque são os mais vulneráveis da sociedade.
Eis o que continua dizendo o Catecismo da Igreja: “O amor da Igreja pelos pobres [...] faz parte
da sua constante tradição’. Esse amor inspira-se no Evangelho das
bem-aventuranças, na pobreza de Jesus e na sua atenção aos pobres. O amor dos
pobres é mesmo um dos motivos do dever de trabalhar: para ‘poder fazer o bem, socorrendo
os necessitados’. E não se estende somente à pobreza material, mas também às
numerosas formas de pobreza cultural e religiosa” (Catecismo, n. 2444). Por
que será que os que desprezam a opção pelos pobres na Igreja não consideram
estas palavras do Catecismo promulgado pelo Papa São João Paulo II? A pergunta
fica para o leitor refletir.
Portanto, os que dizem ser a opção pelos pobres na Igreja “coisa
de comunista”, desconhece, ou se opõe conscientemente ao Evangelho, ao Magistério
e à Tradição da Igreja. Neste
sentido, não é nenhum exagero afirmar que não é católico quem se opõe a esses
três fundamentos da fé católica.
Também não constitui exagero a afirmação de que a política
integra a caminhada cristã e eclesial neste mundo, e que cabe ao cristão o
exercício da política como forma suprema de caridade. Nos regimes democráticos,
o cristão não pode recusar-se a
exercer a sua cidadania, sob pena de arcar com as consequências de um pecado social gravíssimo. Na política,
peca-se por ação, ou omissão. Quem se recusa a participar das discussões e
ações que traçam os destinos do país, peca gravemente. Essa omissão reflete na vida social,
prejudicando a coletividade.
Crise política e reforma
O Brasil está mergulhado numa grave crise política. Os atores que a promovem tentam, de todas as
formas, apresentar a realidade como normal e até necessária à democracia. É um
equívoco. Para crescer, a democracia não precisa ser submetida a crises
políticas. Estas tendem a destruí-la. Por isso a urgência em sanar a crise,
antes que cause estragos piores. Mas como o ser humano aprendeu a se beneficiar
até das situações mais desastrosas, há
quem esteja se beneficiando da crise. Podemos dizer que são os “urubus da
democracia”, que vivem da carnificina
social. Para estes, quanto pior, melhor.
Desde os tempos
coloniais, os maus políticos fazem parte da República brasileira. Sempre aparecem,
são escolhidos e eleitos. São o produto da massificação
social. As pessoas são moldadas para agir de forma massificada, ou seja,
controlada. O aparato midiático é a
grande ferramenta de massificação. As pessoas vão sobrevivendo do jeito que podem, com as migalhas que caem das mesas
dos patrões. Estes ficam com as riquezas, concentradamente, e as demais pessoas
vão se virando. Neste clima de desespero, os oportunistas são populistas, e sabem se aproveitar da fragilidade emocional e material do
povo desassistido. Surgem os falsos
profetas e os falsos messias.
Os maus políticos são eleitos, e isso merece reflexão. Eles conseguem enganar seus
eleitores. Estes deveriam refletir. Mas, muitas vezes, o que ocorre é que
muitos eleitores sequer se recordam em quem votaram. O atual cenário político
brasileiro é uma prova incontestável de que a política precisa ser levada a sério; do contrário, tudo
tende a piorar. Muita gente já percebeu que praticamente tudo depende da política: os preços dos alimentos,
vestuário, combustível, mensalidade escolar, gás, luz, água, medicamentos etc. Do
alcance da política ninguém escapa.
O Brasil carece de uma reforma política para transformar a
política em instrumento de promoção do
bem comum. Mas esta reforma deve contar com a participação do povo. Não adianta esperar que a classe política
realize a reforma, porque a maioria dos políticos não está interessada. A falta de consciência política por parte
de muita gente faz com que a situação permaneça caótica. Consciência política
gera organização popular, que faz
surgir o interesse em transformar a política em ferramenta fundamental para a transformação da democracia.
Impulsionada pelo Evangelho e por sua doutrina social, cabe
à Igreja contribuir para que essa reforma aconteça. Até que aconteça, é
importante promover a formação política dos leigos, para que sejam agentes de transformação da sociedade,
cumprindo, assim, a sua vocação política.
Sem exercer a sua missão no mundo, o cristão se transforma em um ser alienado, vivendo em uma espécie de
mundo ilusório e/ou paralelo.
O testemunho
missionário de Jesus Cristo é um convite
permanente para a itinerância e
o engajamento social e político. No
sermão da montanha o seu ensinamento é claro: Toda pessoa que deseja segui-lo é chamada a ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16), ou seja, o discípulo missionário de
Jesus pensa e age como ele, praticando a justiça
do Reino de Deus, única capaz de
tornar este mundo mais justo e fraterno.
Sem isso, o cristianismo não passa de um aglomerado de pessoas dedicadas à realização
de ritos e cultos, desligadas da
realidade do mundo. É desse tipo de cristianismo que os maus políticos gostam. Nas mãos deles, é mais uma ferramenta para
promover a alienação. É algo nocivo à
democracia e ao desenvolvimento do país. É tudo muito claro, para todo mundo
ver. Mas como toda realidade terrena é transitória,
espera-se que tal situação encontre o seu devido
lugar no tempo e na história.
Tiago de França
Obs: A imagem que acompanha este artigo é meramente ilustrativa/reprodução.
Obs: A imagem que acompanha este artigo é meramente ilustrativa/reprodução.
2 comentários:
Caro Tiago! Vou reproduzi-lo e repassar aos zapes que tenho de pessoas de Colônia. Abraços.
Faça isso. Obrigado!
Abraço fraterno!
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