Não poderia terminar o
ano sem falar daquela força poderosa, que alcança a todos, capaz de
transformar-nos por dentro, de nos arrancar de nossa insensatez.
Insensatez que causa dor, esquecimento e morte. Que deixa
no frio quem precisa de calor, de alento, de voz e de ternura.
Ternura
que livra da frieza, do olhar atravessado, irado. Di-vi-são hostil, que torna o
ouvido insensível e a visão cega.
Cega de ódio por causa da cor, da cultura aparentemente
estranha, do gosto pelo que é novo, questionador. Ódio de quem não pensa como
eu, que me contraria. Escândalo!
Escândalo da falta de cuidado, falta de abraço, falta de
encontro, falta de ser com o outro, falta... Por que tanto medo e aversão?...
Aversão contra quem e para quê? Há uma dose pesada de
banalidade do mal, que se alastra igual ao mosquito que se multiplica e pica,
causando hemorragia, febre e morte!
Morte da consciência, da virtude, do discernimento, da
esperança que ousa sobreviver no lamaçal do desespero... África, Síria, Paris,
Mariana... Desgraça!
Pausa. Reflexão. Conversão. Com os pés banhados na água
fria do silêncio iluminador: O que fizeste? Cadê o teu irmão? Não
fujas. Não te escondas. Assumi-te. Levanta-te e anda.
Que no teu peito bata um coração de carne. Carne fértil,
adocicada, da qual floresça a palavra boa, o abraço caloroso, o beijo da paz.
Ressuscitas! Ergue a cabeça, abraça a paz e vai com ela em teu caminho.
Não olhes para trás. O que passou não existe mais.
Re-iniciemos: Somos felicidade. Entreguemo-nos ao amor e
sejamos livres!
Feliz Ano Novo!
Tiago de França
Curvelo – MG, 30 de dezembro de 20015.
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