segunda-feira, 30 de março de 2009

O dilema das letras de músicas e a juventude


Um padre amigo me enviou um texto do escritor Ariano Suassuna. O texto é uma crítica do escritor às músicas de forró nordestino, onde a pornografia está muito presente nas letras das mesmas. Neste espaço, quero partilhar com você que ler este Blog, uma reflexão que partilhei com o padre amigo. Ei-la:

Acabei de ler o texto de Ariano Suassuna. Muito bom e oportuno. Isto me leva a algumas considerações que precisam ser refletidas na Pastoral da Juventude, na catequese de Crisma e na Pastoral da Família e ECC de nossas paróquias:

1. Não restam dúvidas de que a grande maioria das músicas que compõem o repertório das festas no Brasil é vergonhasa e imoral. Vergonhosa porque demonstra um povo de mente vazia. Imoral porque denigrem a imagem da pessoa e a dignidade do gênero humano;

2. Por que os compositores redigem tal tipo de letra, melodia e música? Porque encontram simpatizantes. O mercado vende aquilo que o consumidor quer comprar (gosto do brasileiro). O baixismo está na mídia e nas relações sociais. Quais são as causas? É preciso encontrarmos as causas, para cortarmos o mal pela raiz;

3. A célula-mãe do problema está na instituição família. A família em si mesma está se tornando realidade relativa na sociedade mundial, ou seja, as pessoas casam ocasionalmente para fazerem uma experiência, para ver se dará certo. Os filhos que nascem destas relações instáveis, tornam-se pessoas inseguras e instáveis. A família vai muito mal. A educação cristã e moral dos filhos está baixíssima. Os filhos são "educados" na TV, na internet e nas rodas de amigos (guetos). São informações distorcidas, soltas e sem sentido, em sua maioria. O mal está presente na família e se esta não for reorganizada e reconcebida, a situação agravar-se-á cada vez mais;

4. No meio social, principalmente na escola, a juventude é gravemente aliciada. A situação é tão horrível, que ser chamada de "rapariga" tornou-se normal para muitas mulheres. Aí vemos a desvalorização da mulher. A mulher tornou-se cada vez mais objeto de desejo sexual. A mulher-objeto é tudo: puta, rapariga, cachorra, imunda, sem-vergonha etc. O aliciamento sexual é algo muito presente entre os jovens. A maneira de falar, de olhar, de pensar, de andar, de se vestir, de se comportar incita ao sexo depravado;

5. O que fazer diante disso? O discurso moral da Igreja não é escutado. Os jovens odeiam sermões. Eles mal escutam os pais, que muitas vezes não entendem e nem vivem a moral. A Escola não ajuda, muitas vezes estimula cada vez mais, permitindo a depravação dentro das instâncias escolares. Algumas metas podem ser traçadas:

5.1. Ir ao encontro do jovem onde ele está;
5.2. Não falar de doutrina e religião com eles;
5.3. Buscar saber o que se passa na cabeça dos jovens, o que eles pensam;
5.4. Provocá-los com questionamentos seculares, visando despertar para a situação;
5.5. Desafiá-los a se tornarem gente, pessoas, instigá-los para fazerem algo de bom pela humanidade.

Os jovens estão nos bares, festas, ruas, estádios de futebol, praias, zonas de prostituição, praças sombrias, etc. Enquanto Igreja, podemos nos perguntar:

- A Igreja está presente onde os jovens estão?
- Há uma preocupação da Igreja diante das realidades dos jovens?
- Como a moral sexual trata os jovens atuais?
- Quais as ações possíveis a serem realizadas entre os jovens?
- Qual a linguagem utilizada pela Igreja para transmitir a fé cristã à juventude em tempos pós-modernos?

Vale a pena pensar respostas a estas perguntas.

Tiago de França

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