quarta-feira, 25 de março de 2020

Um pronunciamento irresponsável


Acompanhei, atentamente, o pronunciamento do presidente da República, veiculado pelo rádio e TV, às 20h30, desta terça-feira, 24 de março.
O presidente continua subestimando os riscos de contágio do coronavírus. Trata-se de uma fala que precisa ser repudiada, pois retrata um alto grau de irresponsabilidade.
Em seu pronunciamento, falou que o coronavírus só representa perigo aos idosos, pessoas com mais de 60 anos de idade. Isso não é verdade. Inúmeras pessoas estão morrendo com até menos de quarenta anos.
Outro absurdo falado pelo presidente: Não é necessário o isolamento social, pois a vida deve transcorrer normalmente. Isso não é verdade. O isolamento social é uma das medidas mais eficientes para evitar a proliferação do vírus.
Outra mentira contada pelo presidente: o coronavírus causa, no máximo, uma "gripezinha" nas pessoas com menos de 60 anos. Isso não é verdade. O vírus não provoca gripe comum, mas é capaz de provocar a morte das pessoas, como estamos assistindo no Brasil e no mundo.
No início de sua fala, o presidente também mentiu ao dizer que desde o início o governo se preparou para enfrentar o problema. Quem assiste aos jornais sabe que o presidente não acredita na necessidade de precaução. Inclusive, em sua fala afirmou ser contrário ao fechamento de escolas, criticando as medidas dos governadores.
A posição do presidente é irresponsável porque induz as pessoas a não encarar o problema com seriedade e responsabilidade. O presidente não está preocupado com a vida das pessoas, mas está pensando somente na economia. Está ignorando as orientações do ministério da saúde do seu próprio governo, bem como os alertas da Organização Mundial da Saúde.
Não estamos diante de uma histeria nem de alarmes falsos, mas estamos lidando com uma das pandemias mais violentas da história mundial. Cada pessoa é chamada a se prevenir contra o coronavírus. A fala do presidente não contribuiu em nada, e merece o repúdio de toda pessoa que goza do mínino do bom senso.

Tiago de França

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