O texto fala que os fariseus pediram a Jesus um sinal do
céu. Eles assim procederam para pô-lo à prova. Portanto, não é uma motivação
boa nem edificante. Jesus percebe a malícia deles e se recusa a atender ao
pedido.
É verdade que Deus Pai não o enviou para fazer espetáculo
no mundo. Jesus não tinha como missão a realização de mágica para atrair as
pessoas. Sempre que o provocavam, ele fugia.
Para a religião de nossos dias, fica esta lição: Precisamos
evitar e até combater a religião do espetáculo. Há líderes religiosos que
transformam o culto em um espetáculo, numa espécie de teatro que provoca emoção
das pessoas. O cristianismo não nasceu com esta finalidade.
Em muitas situações, assistimos a estes desvios: ao invés
de cultuarem a Deus, muitos líderes religiosos convocam as pessoas para que
cultuem seus líderes. A religião se transforma em meio eficiente para fazer
discípulos, mas não discípulos de Jesus, mas fãs de determinados líderes
religiosos.
Jesus e sua mensagem ficam marginalizados. A religião do
espetáculo tem outras finalidades: arrecadação de dinheiro; culto a
determinados líderes religiosos; difundir ideologias de dominação; promover a
cultura do milagre a qualquer custo; criar uma falsa imagem de Deus etc.
Trata-se numa experiência religiosa pautada na idolatria, em detrimento do
seguimento de Jesus Cristo.
Os políticos descomprometidos com o bem comum tendem a
alimentar este tipo de religião, pois sabem que o processo de alienação é certo
e eficiente. A religião do espetáculo cega a consciência das pessoas,
aprisionando-as.
Assim, para este modelo de religião cabe a afirmação
marxista de que a religião é "ópio do povo". O cristianismo nasceu
com a intenção de proclamar o Evangelho de Jesus, que tem como centro o Reino
de Deus. Fora disso, torna-se uma religião prejudicial à humanidade, verdadeiro
desserviço ao progresso integral dos povos.
Tiago de França
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