No trecho do evangelho de hoje (cf. Jo 16,16-20), Jesus
está falando com seus discípulos sobre o momento iminente de sua morte. A
notícia deixa os discípulos tristes, mas falando-lhes do seu ressurgimento, ele
não os deixa na tristeza.
Na vida de fé, a presença de Jesus é motivo de alegria.
Esta alegria surge quando o Ressuscitado está na comunidade, pois ele é a
alegria do cristão. Saber que se é amado por Deus é motivo de alegria e júbilo.
Mesmo em meio às dificuldades da vida, o cristão é alguém alegre. A alegria do
Senhor gera paz e segurança.
Muitas vezes, o cristianismo se apresentou com ar de
tristeza. Muitos passam a falsa ideia de que ser cristão é ser triste por ter
que renunciar aos prazeres passageiros deste mundo. Estes prazeres, por
melhores que sejam, não causam alegria, mas contentamento passageiro.
Isso não quer dizer que o cristão não deva sentir prazer.
Pelo contrário, este faz parte da vida. Uma vida prazerosa é coisa de Deus. Mas
ser escravos dos prazeres já constitui uma experiência de desprazer, portanto,
nociva ao ser humano.
A alegria de Jesus não vem dos prazeres que a vida pode nos
oferecer, pois a sua alegria é permanente. Saber que Ele permanece conosco é a
nossa alegria, a verdadeira alegria.
Esta alegria que decorre da presença de Jesus supera a
tristeza dos momentos ruins. As circunstâncias da vida nos impõem limites e
sofrimentos. Mas não pode nos tirar a alegria de viver. O desânimo pode até nos
perseguir, mas é a alegria que nos alcança.
A experiência dos mártires da Igreja primitiva é um exemplo
disso. Muitos dos primeiros cristãos experimentaram a perseguição, a tortura e
a morte. Eram submetidos a mortes terríveis, com requintes de crueldade. Mas
causava espanto aos seus executores a alegria de muitos cristãos que estavam a
caminho do martírio. Entregaram suas vidas com toda alegria, porque sabiam que
estavam caminhando ao encontro de Jesus, o Cordeiro de Deus.
A pandemia do coronavírus nos causa medo e até pavor, mas
não deve ser capaz de nos tirar a alegria de viver. Se estamos convictos de que
Jesus caminha conosco neste vale de lágrimas, sabemos que com ele venceremos.
Esta certeza alegra o coração e nos encoraja na luta cotidiana pela vida.
Jesus nos dá a certeza, com sua paixão, morte e
ressurreição, que a dor e o sofrimento passam. O que permanece é a alegria da
ressurreição, alegria festiva que dura para sempre, pois é do querer de Deus
que a vida prevaleça.
Tiago
de França
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