quinta-feira, 21 de maio de 2020

A alegria como sinal da presença de Jesus


No trecho do evangelho de hoje (cf. Jo 16,16-20), Jesus está falando com seus discípulos sobre o momento iminente de sua morte. A notícia deixa os discípulos tristes, mas falando-lhes do seu ressurgimento, ele não os deixa na tristeza.
Na vida de fé, a presença de Jesus é motivo de alegria. Esta alegria surge quando o Ressuscitado está na comunidade, pois ele é a alegria do cristão. Saber que se é amado por Deus é motivo de alegria e júbilo. Mesmo em meio às dificuldades da vida, o cristão é alguém alegre. A alegria do Senhor gera paz e segurança.
Muitas vezes, o cristianismo se apresentou com ar de tristeza. Muitos passam a falsa ideia de que ser cristão é ser triste por ter que renunciar aos prazeres passageiros deste mundo. Estes prazeres, por melhores que sejam, não causam alegria, mas contentamento passageiro.
Isso não quer dizer que o cristão não deva sentir prazer. Pelo contrário, este faz parte da vida. Uma vida prazerosa é coisa de Deus. Mas ser escravos dos prazeres já constitui uma experiência de desprazer, portanto, nociva ao ser humano.
A alegria de Jesus não vem dos prazeres que a vida pode nos oferecer, pois a sua alegria é permanente. Saber que Ele permanece conosco é a nossa alegria, a verdadeira alegria.
Esta alegria que decorre da presença de Jesus supera a tristeza dos momentos ruins. As circunstâncias da vida nos impõem limites e sofrimentos. Mas não pode nos tirar a alegria de viver. O desânimo pode até nos perseguir, mas é a alegria que nos alcança.
A experiência dos mártires da Igreja primitiva é um exemplo disso. Muitos dos primeiros cristãos experimentaram a perseguição, a tortura e a morte. Eram submetidos a mortes terríveis, com requintes de crueldade. Mas causava espanto aos seus executores a alegria de muitos cristãos que estavam a caminho do martírio. Entregaram suas vidas com toda alegria, porque sabiam que estavam caminhando ao encontro de Jesus, o Cordeiro de Deus.
A pandemia do coronavírus nos causa medo e até pavor, mas não deve ser capaz de nos tirar a alegria de viver. Se estamos convictos de que Jesus caminha conosco neste vale de lágrimas, sabemos que com ele venceremos. Esta certeza alegra o coração e nos encoraja na luta cotidiana pela vida.
Jesus nos dá a certeza, com sua paixão, morte e ressurreição, que a dor e o sofrimento passam. O que permanece é a alegria da ressurreição, alegria festiva que dura para sempre, pois é do querer de Deus que a vida prevaleça.

Tiago de França

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